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mil e quinze

Livros, séries, filmes e muito mais ♥

27
Mai23

Lidos, vistos (e jogados!) recentemente

Vera

Cá estou eu, após mais um mini-desaparecimento, para vos vir falar das últimas obras que marcaram o último mês e tal. Ainda neste formato porque tudo o que disse anteriormente se mantém. As coisas continuam não muito fáceis, e eu continuo sem muita cabeça para me dedicar mais afincadamente a este blog. Felizmente, as nossas vidas não são estáticas, e um dia (quando, ninguém sabe), tudo isto voltará a mudar e a melhorar. Sem mais demoras, aqui está tudo o que queria partilhar de forma breve.

 

Jogos | Tomb Raider & Across the Grooves

tomb raider across the grooves poster jogos

Em larga medida, tendo sempre a preferir "chill games". Embora goste muito de jogar jogos que requeiram mais competências de gaming, a verdade é que na maior parte das vezes acontece aquilo que aconteceu com Tomb Raider: começo a ficar constantemente frustrada e a fartar-me de ficar constantemente frustrada, e consequentemente começo a deixar aos poucos de jogar. De repente, quando dou por mim, passou um ano e eu já nem me lembro bem das mecânicas do jogo.

Apesar destes contratempos, Tomb Raider foi um dos jogos que mais gostei de jogar e vou querer jogar os próximos dois e completar a trilogia. A Lara Croft é uma senhora menina, cheia de força e garra para andar a ultrapassar obstáculos e cenários temerários e ir contra dezenas e dezenas de homens a tentar matá-la. A história é muito interessante e mais ainda o são as tumbas, e podermos descobri-las e decifrar os seus mistérios.

Não é para menos que esta protagonista se tornou num sucesso que até em filmes existe. Recomendo muito o jogo!

 

Depois de tê-lo terminado e de ter terminado Stardew Valley (choremos), não fazia ideia do que me apetecia jogar, andei a revisitar todos os jogos que tinha adquirido e acabei por bater num dos que consegui gratuitamente através da Amazon: Across the Grooves. A sinopse parecia-me minimamente interessante e decidi experimentar.

 

«Across the Grooves is an interactive graphic novel, set in a magical-realism universe. Your decisions affect the destiny of Alice, drastically changing her reality and allowing her to explore alternative destinies by modifying her past.»

 

É aquilo que chamam de novela gráfica visual e foi a primeira que joguei do género. Foi interessante q.b. mas, confesso, ficou um pouco aquém em certas coisas. A história é um pouco confusa em certas partes e a música, que é o ponto central do jogo, para mim foi horrível de ouvir. Melodias tão estranhas e desarmoniosas (sobretudo logo a primeira, que me deixou muito desconfortável e não pelos motivos certos).

É um jogo de escolhas mas há tantas partes do jogo em que sinto que a minha escolha não fez diferença, porque o jogo já queria ir naquela direcção e já... Para mim isso tira-lhe um pouco da essência. Para além disso, sendo um jogo de escolhas tem vários finais diferentes, mas não nos permite passar o diálogo das personagens mais rápido ou à frente, o que dificulta querermos voltar a jogar para descobrirmos outros finais.

Gostei da experiência, mas não achei nada de especial.

 

Livros | Blankets, Craig Thompson

Tenho estado numa reading slump de todo o tamanho e a minha primeira medida (que, entretanto, já nem essa me está a servir) foi recorrer de imediato a novelas gráficas ou banda desenhada: leituras certamente mais rápidas e leves.

Recorri ao Reddit para recomendações, porque também não queria enredos muito pesados e este livro foi uma delas. Apesar de não considerar a história propriamente leve, a verdade é que a arte deste livro me encheu o coração.

Blankets resume basicamente a infância e juventude de Craig Thompson no seio de uma família cristã, com tudo o que isso implica. A forma absolutamente criativa que ele utiliza para comunicar certas coisas através dos seus desenhos foi aquilo que mais gostei neste livro (passem as fotos para o lado para ver mais). Recomendo muito, achei-o muito "fora da caixa" e, de uma maneira melancólica e por vezes verdadeiramente triste, é um livro extremamente bonito.

 

Filmes | Guardians of the Galaxy Vol. 3

poster filme guardians of the galaxy volume 3

Quanto menos eu puder recordar este filme, melhor. Não por ter sido mau (muito pelo contrário!), mas porque foi das experiências cinematográficas mais dolorosas que tive e que ainda hoje me causam sofrimento cada vez que lembro certas partes do filme.

Violência e maus-tratos animais são o tema central deste filme e, se eu soubesse a que extensão seria levado, acho que não o teria visto no cinema. Nos meus quase 30 anos de vida, este foi o segundo filme que me deu muita vontade de meter pausa, reconsiderar se queria continuar e agir de acordo com a decisão. Mas botão de pausa é coisa que não existe numa sala de cinema.

Só posso dizer que eu, apesar de chorar facilmente, não consigo chorar em público e controlo-me bastante para não o fazer. Mas neste filme chorei. Duas vezes.

Se forem sensíveis ao tema eu não recomendo. Não recomendo mesmo. Apesar de tudo isso, foi um filme maravilhoso e certamente um dos que se irão destacar de todos os outros no universo Marvel.

 

Alguém que já tenha passado por estas obras? Deixei vontade para alguma (ou certezas de não-vontade, bastante aplicável aqui)?

25
Abr23

Filmes | The Super Mario Bros. Movie

Vera

Não torçam já o nariz! Se estava nos meus planos ver este filme? Não. Se acabei por ser influenciada por uma personalidade da Internet a ter curiosidade de o ver? Talvez. E ainda bem! Foi dos filmes mais divertidos que já vi na vida.

 

Poster do filme Super Mario Bros.

 

Não sou particularmente fã da Nintendo ou do Super Mario, apesar de ainda ter jogado a minha quota parte em criança, num CD com um emulador (oh, os anos 90...). Mas a boa notícia é que este filme não é só para fãs - apesar de conseguir imaginar o quão óptimo deve ser para os que são.

 

Com homenagens a vários jogos do Super Mario (e Super Mario Bros.), incluindo não apenas os jogos de plataforma mas também, por exemplo, Mario Kart, e acrescentando ainda outros jogos como Donkey Kong, este é um filme que faz as delícias de qualquer espectador. E as homenagens não vêm apenas em forma de cenários, "corridas" e "jogos" dentro do próprio filme, mas também nos famosos soundtracks e efeitos sonoros que todos já conhecemos.

 

A animação está muito bem feita e o voice acting é fenomenal: Chris Pratt foi altamente criticado como escolha para Super Mario mas acabou por encaixar muito bem; ainda assim, o actor de destaque para mim é Jack Black no papel de Bowser, o vilão. Que papel! Claro que tudo o resto no filme ajuda: pegando no que já ouvi alguns críticos dizer, um dos pontos positivos deste filme é que ele nos mostra o "behind the scenes" do vilão. O que é que ele está a fazer quando não está a engendrar ou a pôr em prática o seu plano maquiavélico? Não precisamos de imaginar! O filme mostra-nos isso e dá-nos a oportunidade de conhecer a multidimensionalidade não só da personagem, mas do actor que a interpreta.

 

Este é um dos filmes mais engraçados que já vi, foi uma experiência incrivelmente divertida e não esperava gostar tanto quanto gostei, nem rir tanto quanto ri.

 

Acreditem, à superfície parece daqueles filmes dos quais não damos nada por ele, mas este merece uma oportunidade e acredito que não vai desiludir.

 

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Alguém com curiosidade de ver? Quem já viu?

02
Abr23

O que li e vi nos últimos tempos

Vera

Para ser honesta com vocês, estou a passar por uma fase um pouco complicada da minha vida que tem afectado a minha saúde mental bastante mais do que gostava ou queria. Isso tem-se feito sentir em várias áreas da minha vida, e uma delas acaba por ser também este blog.

 

A verdade é que tenho algumas publicações à espera de serem escritas há mais de um mês, mas neste momento mal consigo encontrar a energia e vontade para escrever aqui sobre o que quer que seja. Aliado a isso, a minha memória não é a melhor e, por isso, mais de um mês depois de consumir certas obras eu já mal encontro coisas para dizer, porque já esqueci muito delas.

 

Por isso, venho aqui juntar numa só publicação tudo o que li e vi nos últimos tempos e apresentar apenas breves descrições destas experiências, já que para fazer publicações inteiras e exclusivamente dedicadas a essas obras, bom... neste momento não está a dar. Aqui ficam as coisas das quais gostava de falar há algum tempo:

 

Livro | As Coisas Que Faltam, Rita da Nova

Livro as coisas que faltam de Rita da nova

Dói-me na alma escrever sobre este livro em breves parágrafos e não lhe dedicar uma publicação inteira. Mas aqui fica o grosso do que gostava de dizer: antes de mais, que acompanho a Rita da Nova há anos e é um prazer poder conhecer a sua primeira obra literária a solo.

Conhecer a Ana Luís, as suas dores, as suas mágoas e os seus vazios - como a ausência do pai e, arrisco-me a dizer, a relação distante com a mãe - foi um prazer. Não diria que é um livro com história, é um livro com vários momentos da vida de Ana Luís ao longo dos anos. Mas achei-o muito humano e genuíno. Um pouco triste também.

Gostei muito da escrita da Rita e quando cheguei aos agradecimentos e percebi que a Rita é a versão que correu bem da Ana Luís desfiz-me em lágrimas. E fiquei muito feliz por ela.

 

Filmes | Moana & The Whale

Sobre Moana não tenho muito a dizer, é mais um filme da Disney como tantos outros a que já nos habituaram. Sempre com algumas mensagens bonitas e importantes, aliado aos já habituais momentos de bom entretenimento. Para passar uma tarde de Sábado é o filme ideal.

 

poster do filme the whale

Sobre The Whale, é mais um filme que me dói não conseguir dedicar uma publicação inteira. Entretanto ganhou vários prémios nos Óscares e são mais que merecidos. É um excelente filme, muito pesado e cru. Já vi muitas pessoas que não gostam porque o filme é depressivo e, na verdade, ele não se compromete a mostrar qualquer tipo de superação - há quem não tenha gostado muito da experiência por causa disso...

A verdade é que é um filme carregado de dor e sofrimento e o seu único propósito é apenas esse: mostrar essa dor e sofrimento. Não é um filme leve, não é um filme para qualquer pessoa e também não é um filme para qualquer altura da vida: acho que devia vir com uns quantos trigger warnings, não é um filme fácil de digerir.

Ainda assim, eu gostei muito da experiência e o Brendan Fraser foi absolutamente fenomenal.

 

Série | The Last of Us

poster da série the last of us hbo max

Seria possível não referir esta série que andou pelas bocas do mundo (ainda anda, mesmo depois da primeira temporada ter terminado, convenhamos)? The Last of Us foi um fenómeno e um sucesso mundial, e não é para menos: Pedro Pascal e Bella Ramsey dão vida a duas personagens que já tinham deixado a sua marca para os fãs de The Last of Us enquanto vídeojogos.

The Last of Us pode ocorrer num mundo distópico pós-apocalipse "zombie", mas não é uma série sobre monstros e vírus que dominaram o mundo: é uma série sobre ser-se humano e sobre os seres humanos que sobraram - os seus laços, emoções, medos e pensamentos.

Foi um prazer poder acompanhar a primeira temporada, não há qualquer crítica negativa a apontar e já estou aqui em pulgas à espera da próxima. Ah, e pode ser vista na HBO Max.

 

Estas foram as obras que consumi nos últimos tempos. Provavelmente vou continuar meio desaparecida por aqui e trazer-vos conteúdo neste formato... As coisas por este lado não estão muito fáceis e, a julgar pelo que ainda se avizinha, acho que assim se vai manter por algum tempo.

 

Mas contem-me, por aí: alguma destas obras já passou pela vossa vida? Deixei-vos com vontade de consumir alguma?

18
Mar23

Séries | Severance

Vera

Uma das melhores séries que vi nos últimos tempos.

 

Poster da série Severance Apple TV

 

Em Severance, vemos cinco funcionários da Lumen Industries que aceitam participar numa experiência que consiste num procedimento cirúrgico que separa as suas memórias pessoais das profissionais. Isto resulta numa pessoa que tem uma espécie de duas personalidades diferentes e vive duas vidas diferentes: a do funcionário que trabalha naquela empresa, e a da pessoa "lá fora" que tem a sua vida pessoal. O funcionário não faz ideia de quem é fora da empresa, e a pessoa "lá fora" não faz ideia de quem é nem do que faz dentro dela.

 

Claro que pelos mil e um alarmes éticos que isto começa desde logo a disparar nas nossas cabeças, não podemos esperar nada mais senão coisas boas desta série. A única crítica que teria a fazer seria o facto de ser um pouco lenta no ritmo e na história, sendo que no ritmo não me incomodou assim tanto, mas acho importante referir que esta é daquelas séries que não vos vai dar assim tantas respostas no final da primeira temporada. Na verdade, apesar de algumas revelações, vão ficar a perceber o mesmo ou até ter ainda mais perguntas.

 

Ainda assim, não acho que isto seja um ponto necessariamente mau, mas sinto que tinha de alertar para esse pormenor. A verdade é que, apesar de Mark S., interpretado por Adam Scott, ser o protagonista, para mim quem dá mais que falar na série é Britt Lower e a sua personagem Helly, acima de tudo por parecer existir uma grande guerra interior entre a Helly da empresa Lumen, que não quer estar ali, e a Helly da vida real, que a obriga a ficar. Esta dinâmica funciona muito bem para nos fazer reflectir ainda mais nas questões éticas da premissa desta série.

 

A maior falha da Lumen Industries é querer criar "robôs" para trabalhar com base em seres que são naturalmente humanos, e não robôs - e por isso é claro que vamos ver 1001 maneiras em como esta "experiência" pode correr mal.

 

Gostei muito desta série e, sem querer dar spoilers, ela inclui muitos outros elementos que deixam um gostinho de mistério e de "que raio se está a passar aqui?", para além da revolta que vamos vendo crescer nos funcionários da Lumen.

 

Honestamente, Severance tem potencial para se tornar uma das melhores séries de todos os tempos, com um excelente trabalho técnico que acompanha um enredo bom e complexo. Mal posso esperar pela segunda temporada!

 

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Quem aqui já viu? Pode ser visto na Apple TV+.

09
Mar23

Livros | O Sanatório, Sarah Pearse

Vera

Se eu não sabia nada sobre este livro e o título foi praticamente a única coisa que me cativou desde o início? Talvez. Se acabei a gostar mais do que esperava? Também.

 

Livro O Sanatório de Sarah Pearse

 

O hotel Le Sommet está situado nos Alpes suíços, num lugar bastante isolado e remoto, e é lá que a detetive Elin Warner se encontra, sem esperar e sem querer: o seu distante irmão Isaac vai casar-se e espera celebrar ali o seu noivado. Outrora um sanatório, o hotel Le Sommet foi construído nunca deixando de ter por base certos elementos da história do edifício. Assim, O Sanatório cria três ingredientes perfeitos para termos um verdadeiro mistério policial em mãos: a ambiência peculiar de um local isolado da civilização; os traumas de uma detetive em baixa médica, a lidar com as suas fragilidades; e o momento em que pessoas começam a desaparecer e a surgir, mais tarde, sem vida...

 

Policial é um género que não tenho por hábito ler, de todo. Li o And Then There Were None da Agatha Christie, e acho que a minha experiência com policiais se ficou por aí. Talvez por influência de ter visto, pouco antes, Wednesday (não um policial, mas um mistério) e Glass Onion, este foi o livro que me fez descobrir toda uma vontade de explorar este tipo de géneros mais a fundo...

 

Estava receosa por este livro ser um pouco mais longo do que costumo ler - e normalmente, quando isso acontece, a experiência não costuma correr-me muito bem... Pois bem, felizmente estava enganada! Gostei muito do livro, e mais ainda quando cheguei àquela fase de não conseguir mais largá-lo, à espera de saber tudo o que aconteceu.

 

«Sabe que as palavras de nada servirão e, pior ainda, que isto é apenas o princípio. A dor... é como uma série de bombas a explodir, uma após outra. A cada hora, uma detonação. Choque após choque após choque.»

 

Como pessoa que abomina escrita demasiado descritiva, quão lufada de ar fresco é encontrar um livro que é descritivo na medida certa! Sobretudo num livro onde a descrição é, de facto, importante: tanto para transmitir a ambiência do hotel, como para transmitir as sensações que Elin Warner vive. E por falar nisso, achei verossímil q.b. a experiência de stress pós-traumático desta personagem - sobretudo os flashbacks intrusivos, apesar de, ainda assim, não ter sentido tanto como acho que deveria nestes excertos.

 

O enredo está bem construído o suficiente para nos deixar a tentar decifrar o que está a acontecer em toda a extensão do livro. Penso que fica um pouco aquém nas personagens, no sentido de que, honestamente, é difícil identificarmo-nos, empatizarmos ou conectarmo-nos com qualquer uma delas, ou pelo menos foi isso que senti. Mas não acho que isso faça com que o livro seja necessariamente mau. Contudo, senti que por vezes se tornava irritante em certas partes (pessoalmente, atirava figurativamente o Will de uma varanda abaixo, homem chato e sem sensibilidade nenhuma!).

 

O desfecho também foi um pouco tonto: a autora atirou um pouco com uns elementos feministas para o desenlace do mistério que, sem quaisquer pistas antecedentes, pareceram sem grande sentido e propósito. Um "estar lá só porque sim". Mas conseguiu, ainda assim, ser minimamente interessante.

 

Apesar disto, foi uma leitura que me deu imenso prazer e pretendo ler o segundo livro desta série: O Retiro, sendo que este livro termina com o que imagino ser uma espécie de cliffhanger para o segundo. Recomendo que leiam, não será decerto a melhor leitura das vossas vidas, mas garante proporcionar-vos uns bons momentos (excepto no que toca a personagens irritantes).

 

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Quem aqui já leu? O que acham?

02
Mar23

Filmes | Glass Onion: A Knives Out Mystery

Vera

Talvez seja por ultimamente estar a consumir mais obras de mistério e/ou policiais - com Wednesday e com o livro que estava a ler anteriormente, do qual sairá review em breve -, mas Glass Onion foi uma das experiências cinematográficas que mais tive prazer em ver. Tão pouco tempo depois de ver o primeiro filme Knives Out, foi uma delícia ver um segundo filme que considero ser ainda melhor.

 

posters do filme glass onion: a knives out mystery

 

Glass Onion leva-nos à propriedade privada de Miles Bron numa ilha grega, que todos os anos convida um grupo de amigos (excêntricos e ricos, claro) para uma festa. Desta vez, o tema é decifrar o mistério da morte do próprio anfitrião, mas os mistérios começam com o simples facto de o detective Benoit Blanc ter sido também convidado. E claro, não acabam por aqui: todas as personagens têm algo a esconder e, quando alguém aparece morto, todos são suspeitos.

 

Com um enredo bastante mais intrincado que o do primeiro filme, tenho a sensação que Glass Onion tenta levar-se um pouco mais a sério que o seu antecessor, mas nunca descurando o objectivo de nos proporcionar uma experiência cinematográfica e de mistério preenchida de divertimento.

 

A fórmula é a mesma do primeiro filme, e no entanto consegue elevar a fasquia e trazer-nos algo ainda mais rico em detalhes. Talvez por, ao contrário do primeiro Knives Out, não se centrar numa família, mas sim num grupo de pessoas tão distintas entre si e sem conexões substanciais além do único denominador comum que as liga: a sua associação a Miles Bron. Só por aqui já têm motivações diferentes do que apenas a de ganhar/manter a fortuna a que têm direito (como aconteceu no primeiro). Para além disso, volta a ter o elemento de sátira a pessoas ricas (algo que ultimamente tem sido muito utilizado em filmes e séries).

 

Espero sinceramente que Knives Out se torne numa série de filmes - sem dúvida que está a talhar o caminho para fazer isso de forma bem-sucedida. É um entretenimento tão bom que não me lembro da última vez que me tenha divertido tanto a ver um filme. Existe uma forma tão "junta-te aqui à malta" de fazerem estes filmes no que toca ao envolver o espectador. Não vos consigo explicar, mas penso que dá para perceber que adorei.

 

E recomendo bastante!

 

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Quem aqui já viu? O que acharam?

01
Mar23

Música do Mês | Fevereiro (2023)

Vera

Quem se esqueceu desta rubrica criada apenas no mês passado? Isso mesmo, eu mesma. Ainda vou a tempo, certo?

 

Pois bem, Fevereiro foi um mês marcado por uma grande mudança na minha vida que, até ver, tem sido um rumo confuso e incerto, com os seus pontos altos e baixos. Tem sido uma adaptação constante, onde todos os dias há pontos positivos mas também pontos negativos.

 

Não que a música que escolhi para Fevereiro me tenha feito pensar particularmente nisso, mas tem sido uma das que mais ouço e existe ali um excerto em particular que me remete para esta decisão que mudou tudo e para o processo de adaptação que tem sido. Sem mais demoras, esta foi a música de Fevereiro!

 

 

«(...)
Everything you lose is a step you take
(...)
You're on your own, kid
You always have been»

27
Fev23

Filmes | Ant-Man and the Wasp: Quantumania

Vera

poster do filme ant-man and the wasp: quantumania

 

A sinopse deste filme é relativamente simples: acidentalmente, Ant-Man e The Wasp acabam no reino quântico com as suas famílias e têm de encontrar uma forma de regressar a casa. A um nível menos superficial, no entanto, há mais que isso.

 

Este filme não tem tido boas críticas e, apesar de não ser dos melhores que vi, honestamente também não acho que tenha sido assim tão mau. Sim, talvez pareça um trailer de 2 horas para o quinto filme de Avengers, como tanta gente tem dito, mas também foi uma forma de aprofundar um pouco mais do grande vilão que aí vem depois de Thanos.

 

O filme deu-me umas vibes engraçadas de Star Wars (não sou a maior fã, só vejo The Mandalorian), embora talvez não com os melhores efeitos especiais de sempre (mas uma vez mais, não também com os piores). Acho que o filme sofre muito disto em todos os aspectos: não é o melhor... mas também não é o pior.

 

Acabou por ser um filme simplesmente bastante normal e mediano, mas está tudo bem com isso. Não tem de ser a obra prima do cinema. Agora, para um trailer de 2 horas para o novo vilão, se me deixou curiosa ou entusiasmada por ver mais de Kang? Devo dizer que talvez não... Acho que a série Loki me deixou bem mais curiosa na altura do que este filme.

 

Em suma... Gostei, mas não foi nada de extraordinário. Honestamente este é um daqueles filmes sobre os quais simplesmente não tenho muito a dizer.

 

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Quem aqui já viu? O que acharam?

24
Fev23

Filmes | X

Vera

Não sabia nada sobre este filme e, para dizer a verdade, não sinto que me tenha acrescentado muito mais.

 

 

X é um filme de terror slasher que acompanha um grupo de cineastas pornográficos que viajam até uma quinta no Texas para fazer um novo filme. Um casal de idosos é dono desta quinta e eles não fazem ideia do verdadeiro motivo pelo qual estas pessoas se alojaram ali. Acabamos por perceber que este casal de idosos é imensamente estranho e que há muito mais por trás dos seus comportamentos do que apenas o facto de não quererem que este grupo de pessoas faça um filme pornográfico ali.

 

Estou farta de dizer por aqui que terror é um dos meus géneros preferidos, mas sou sincera, slasher não cairia propriamente nos meus subgéneros preferidos. Apesar de já não me lembrar do filme em si, sei que adorei Texas Chainsaw Massacre, mas também é o único do qual estou certa. Todos os restantes não me consigo sequer lembrar se cheguei a ver ou não (como por exemplo Halloween... Não faço ideia).

 

Por este motivo e por outros, este filme não me fez grande diferença. A homenagem ao subgénero está clara, mas não posso dizer que seja fã. Acho que o filme deixou-me mais desconfortável que outra coisa, por dois motivos. Primeiro, porque tem um lado voyeur com o qual não me identifico de todo. Segundo, porque sinto que as características deste casal de idosos são demasiado estranhas até para mim. O filme toca um pouco no tema da sexualidade em idade avançada e eu acho isso bastante digno, mas francamente é levado a um nível tão obsessivo, perverso e creepy que é só desconfortável.

 

Para além disso, senti que o enredo foi um pouco parado por mais de metade do filme, esta mesma metade preenchida de cenas sexuais - só que não estamos a falar de um filme pornográfico, estamos a falar de um filme de terror, e esse só começou bem mais tarde e por bem menos tempo que o restante. Por fim, achei que o filme tentou passar mensagens bastante contraditórias: porque assenta numa crítica ao moralismo e pureza cristãs, ao mesmo tempo que coloca as personagens mais defensoras disto na posição menos equiparável a isto.

 

Na verdade, agora que escrevo sobre isto e que penso melhor no assunto, até faz algum sentido. Quantos cristãos não vemos pelo mundo fora tão defensores do religiosamente correcto ao mesmo tempo que têm atitudes desumanas? Não é assim tão descabido no mundo de hoje.

 

Vejam, eu percebo que talvez o facto de me ter feito sentir mais desconfortável que outra coisa seja uma prova de que o filme foi efectivamente bem-sucedido no que queria. Pelo menos no que toca ao casal de idosos, acho que o objectivo era parcialmente esse (digo parcialmente porque também acredito que a outra parte fosse tornar o tema mais natural, não fosse pelo elemento obsessivo associado). Mas sinceramente não é o meu tipo de filme.

 

Ainda assim, recomendo porque reconheço que é um filme suficientemente satisfatório, e mais ainda se forem fãs deste género. Este não está em nenhuma plataforma de streaming e, por causa do nome, até fica difícil encontrá-lo... mas boa sorte.

 

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Quem aqui já viu? O que acharam?

Edit: Esqueci-me de referir que saiu um segundo filme chamado Pearl que é uma prequela deste. Eventualmente também irei ver!

21
Fev23

Filmes | Midsommar

Vera

Depois desta experiência cinematográfica só consigo pensar no Hereditary e perguntar-me porque é que tento ver filmes do Ari Aster. Não vai acontecer mais, posso prometer.

 

poster do filme midsommar

 

Depois de um acontecimento trágico na sua vida, Dani viaja para a Suécia com o namorado Christian e os seus colegas estudantes de antropologia - mais concretamente, para uma "aldeia" num meio rural onde um desses colegas foi criado. Esta viagem acontece porque está na altura do festival do solstício de Verão - Midsommar - onde várias tradições acontecem.

 

Ora, este filme é muito bem falado e portanto eu ia com as expectativas em alta, sem saber na verdade que tinha a realização e guião em comum com o Hereditary (quem está confuso por eu estar sempre a mencionar este filme, leiam só a minha review e já percebem minimamente porquê).

 

E se foram ler a review ou se por algum milagre se lembram que aquilo que gostei menos no Hereditary foi o enredo, também já podem adivinhar o que é que talvez gostei menos aqui.

 

Vejamos, Midsommar é um filme extremamente bem feito em termos técnicos e muito bonito visualmente. Mesmo. A cinematografia, a direcção de arte, o trabalho de câmara, a edição, até a banda sonora - está tudo absolutamente incrível! Mas a narrativa falha tanto para mim que não consegui gostar do filme como um todo. E atenção que estamos a falar de um filme que me fez ter de meter pausa após 10 minutos e avaliar se eu realmente queria continuar a vê-lo, porque nesses míseros 10 minutos foi tão pesado que me afectou mesmo muito... Felizmente essa sensação não se prolongou pelo resto do filme; infelizmente o filme no geral também acabou por não me agradar a 100%.

 

Não percebo qual é a obsessão que o Ari Aster tem em meter bizarrias nos filmes sem qualquer propósito ou sentido por trás, porque já com o Hereditary senti exactamente a mesma coisa. Existe violência gratuita e coisas desse género, e depois para este senhor existe bizarria gratuita. Ouçam, não me interpretem mal: eu adoro filmes bizarros, para coisas normais já bastam as nossas vidas mundanas. Mas para mim essas bizarrias têm de ser coerentes, ter algum sentido por trás. Que foi coisa que não senti com Midsommar (e com Hereditary, na verdade). O que eu sinto que este autor faz com os filmes é que atira coisas estranhas "para cima da mesa" só por serem estranhas e para parecer bué fixe que este filme está cheio de coisas estranhas. Mas depois não tem nada por onde se lhe pegue. Nada.

 

Parabéns à protagonista por ter deixado pessoas e uma relação que não prestam, sim, só para não acharem que eu não percebi a mensagem do filme. Eu percebi. Mas não invalida o resto. Na verdade, a certa altura do filme eu já estava só aborrecida e à espera que chegasse a hora de terminar.

 

Eu nem sabia que Ari Aster tinha sido o realizador e escritor tanto deste filme, como do Hereditary. Depois de ter percebido o denominador comum foi o momento em que decidi cortar caminho com este senhor. Peço desculpa, mas comigo não dá.

 

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Alguém que tenha gostado mais disto que eu? Peço desculpa se a minha review transparece um pouco de revolta, mas eu não posso mais com estas narrativas.

Edit: Esta publicação foi escrita há umas semanas mesmo depois de ver o filme. Ia alterá-la para não parecer tão revoltante mas não consigo - só de voltar a ler o que escrevi lembro-me do que senti com o filme. Se havia retrato mais autêntico que podia fazer dele (para mim), é mesmo este!

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29 ∷ Do interior, mas com alma de lisboeta ∷ A trabalhar em marketing digital ∷ Pensa demasiado em tudo ∷ Livros, séries e jogos nas horas vagas

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Yellowjackets, Temporada 2
Prison Break, Temporada 1

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