LIVROS: V de Vingança, Alan Moore e David Lloyd
Para o 14º e último livro do ano de 2020, trago-vos uma review do livro V de Vingança. Esta história está adaptada para um filme com o mesmo nome, que vi há alguns anos mas, confesso, já não me recordava da maioria dos aspectos da história.
"V de Vingança" foi uma das obras que granjeou a Alan Moore a fama de ser o melhor argumentista de banda desenhada de todos os tempos. Inicialmente publicado na revista Warrior, com desenhos de David Lloyd, um dos mais notáveis artistas britânicos da sua geração, "V de Vingança" foi mais tarde continuado pelos autores no mercado americano e adaptado ao cinema em 2006. A máscara que Lloyd criou para a história acabou por transcendê-la e tornar-se num símbolo de protesto em todo o mundo.
A Inglaterra mergulhou num regime fascista depois de uma catastrófica guerra nuclear, e todos os opositores ao poder instalado foram exterminados. Neste universo, ao mesmo tempo distópico e familiar, V, um revolucionário anarquista, vai encetar uma campanha revolucionária complexa e dramática para deitar abaixo o governo, enquanto inspira uma jovem, Evey Hammond, que se tornará na sua protegida. Fonte: Fnac
Esta foi a primeira novela gráfica que li na minha vida inteira. De um modo geral, gostei bastante do livro e considero que foi muito fácil de ler. Apesar da história, é um livro leve que foi uma espécie de lufada de ar fresco que eu não sabia que precisava, algo que não exigiu muito esforço para ler.
O estilo artístico não é necessariamente o meu preferido, além de que achei as personagens todas muito parecidas umas às outras, tanto as mulheres como os homens, exceptuando as duas personagens principais. Creio que foram também tantas personagens - sobretudo as masculinas - que se tornou um pouco confuso perceber quem era quem no meio de toda a história. Não sinto que isso tenha afectado, de um modo geral, o meu entendimento da história, mas há partes que gostava de ter conseguido compreender melhor.
O livro tem uma linguagem violenta e pouco respeitosa no geral, retratando uma sociedade distópica não só em termos políticos mas também em termos sociais, sobretudo no que toca às mulheres. Não vou mentir e dizer que não me incomodou ver uma história extremamente machista, no entanto compreendo que isso faça parte dos problemas que se querem retratar da sociedade em questão e da história que se quer contar.
Vá, mas não pensem que só tenho coisas más a dizer e que não gostei do livro: apesar de tudo isto, achei a história muito boa e a mensagem que passa também. Vemos uma boa evolução da personagem de Evey e distopias políticas têm sempre um lugar especial no meu coração (olá, 1984). Sabemos do símbolo que o V se tornou e do impacto que esta história teve no mundo real e por alguma razão isso aconteceu. Passa uma mensagem de luta e de união de forças de um povo contra um governo opressor. É difícil que algumas distopias políticas não tenham elementos que serão sempre actuais e aplicáveis à época em que nos encontramos. Só não sei dizer se gostei do final, achei um pouco vago e aberto demais e gostava de ter visto um pouco mais das consequências de algo que aconteceu na parte final da história (isto para não dar spoilers).
Agora digam lá: o que é que acham deste livro? Curiosidade de ler? Já leram e gostaram? É deixar a opinião nos comentários em baixo 👇