Não sei se alguém que me siga tem grande interesse em jogos, mas não só é uma coisa que gosto de fazer, como nos últimos tempos tem sido uma das poucas formas de passar o tempo e me manter ocupada e sem pensar no que não devo. Por isso, venho aqui falar do jogo que terminei mais recentemente.
Permitam-me só um aparte em que, na verdade, eu acredito que qualquer pessoa pode gostar e interessar-se por jogos, se encontrar o jogo certo (e a forma certa de jogar também). Passei anos sem jogar grande coisa depois de ter embirrado com o Skyrim (muito antes de ter decidido voltar a jogar e tê-lo terminado), mas está quase a fazer um ano que encontrei o meu lugar no mundo dos jogos - percebi e vou percebendo com o tempo o tipo de jogos que gosto, a minha forma preferida de jogar, como sou enquanto gamer e aquilo em que sou melhor e pior.
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Mas passemos então ao jogo que me tem feito companhia nos últimos três meses (isto porque não jogo regularmente e vou tendo fases mais activas e outras menos): The Witcher. Este é o primeiro jogo numa série de três jogos - até ao momento -, baseado na série de livros do escritor polaco Andrzej Sapkowski. Também já existe uma série de televisão com o mesmo nome. The Witcher conta a história de Geralt de Rívia, um bruxo com incríveis poderes sobrenaturais que se depara com um incidente que não só determina o resto da história, como lhe retira a memória de tudo o que aconteceu antes desse momento. Assim, seguimos o jogo não só com a missão de tratar desse incidente, como também de tentar descobrir quem é o Geralt e o que o define - e para isso estamos cá nós, os jogadores, já que a identidade de Geralt é revelada ao longo do tempo com base em certas escolhas que fazemos. Para além disso, existem outras missões e histórias secundárias - algumas pequenas, e outras tão grandes quanto o momento inicial.
Sim, é verdade: The Witcher é daqueles jogos que nos mostram que todas as nossas acções e escolhas têm consequências, com cada escolha revelando um resultado diferente que pode ter muito ou pouco impacto na história e no seu seguimento.
Este é um jogo que se joga maioritariamente com o rato, algo que estranhei bastante inicialmente. Prefiro jogar com comando mas este não é compatível com comando (o segundo e o terceiro já são) e, esperando ter de sacrificar a minha paciência com a minha péssima habilidade no teclado, deparo-me com um jogo muito baseado no rato. O teclado é utilizado maioritariamente para fazer a personagem andar e para atalhos relativos às armas, signs (poderes utilizados pelo Geralt) e afins. O combate em si é feito com o rato e tendo por base um timing muito específico no qual temos de clicar; como disse, ao início estranhei imenso este tipo de jogabilidade, mas acabei por me habituar e acabei por gostar bastante. Na verdade, sinto que até tornou o jogo um pouco mais fácil para mim e retirei maior prazer de o jogar - nunca deixando ainda assim de me apresentar desafios em que acabei por morrer na mesma e acabou por não ser assim tão fácil.
Não sei se foi por culpa minha ou não, mas achei a história um pouco confusa e isso acabou por me dificultar bastante quando tinha de fazer escolhas que aparentavam ser cruciais no seguimento do enredo. Acabei por muitas vezes ter de pedir ajuda e esclarecimentos sobre a história para perceber melhor que decisões devia tomar, porque efectivamente senti-me perdida na história muitas vezes. Não vos sei dizer se foi por distracção minha ou esquecimento ou não, sinceramente. Só sei que me vi ainda umas quantas vezes sem perceber nada do que se estava a passar.
O jogo é um pouco lento no início e eu ainda me irritei algumas vezes com ele no começo, sentindo até vontade de desistir logo por não estar nada habituada à dinâmica. Mas fui-me habituando, a personagem foi fortalecendo conforme ganhava pontos no jogo e a história também foi ficando mais envolvente e interessante, pelo que acabei a gostar imenso do jogo. Ah, uma coisa que me esqueci de referir: a história desenrola-se ao longo de cinco capítulos, precedidos de um prólogo e seguidos de um epílogo. Se são daquelas pessoas que gostam de completar tudo nos jogos, tenham a certeza de que fazem todas as missões secundárias antes de passarem de capítulo, uma vez que há diversas mudanças de locais de uns capítulos para outros e deixa de ser possível fazer as missões de capítulos anteriores.
Em termos de críticas, achei alguns dos principais vilões fracos enquanto conceito (spoiler ou não, conforme o que entenderem: um deles passa o jogo inteiro a fugir do Geralt e a pôr outras pessoas ou criaturas a lutarem por ele). Para além disso - e é uma coisa que já notei também nos jogos que se seguem na série -, é um jogo que pessoalmente noto que foi claramente feito para homens heterossexuais... Com muita nudez feminina, inclusivamente explícita, para além de permitir que a personagem tenha relações sexuais (implícitas) com várias mulheres do jogo meio só porque sim. Isso incomodou-me, mas eventualmente acabou por se tornar numa parte mínima do jogo. No entanto, se pudesse tirar esses elementos do jogo, tirava com todo o gosto, porque acho desnecessário.
Em suma, acabei a gostar bastante deste jogo, a história, apesar de confusa, acabou por se tornar interessante, e não confirmo nem desminto que estou com uma enorme vontade de seguir já para o segundo (The Witcher 2: Assassins of Kings), apesar de ter prometido a mim mesma que ia tentar completar o Skyrim (sim, apesar das 5 mil horas que isso vai demorar).
Existe alguém por aqui que gosta de jogar? Alguém que já tenha jogado The Witcher? Eu adoro este tipo de jogos! E já agora, parabéns a quem chegou ao fim deste post longuíssimo.