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mil e quinze

Livros, séries, filmes e muito mais ♥

28
Set21

Acho que preciso de ajuda...

Vera

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Aparentemente deixaram de existir direitos autorais relativamente ao 1984, o que passou a dar permissão a qualquer editora para adaptar a obra, o que por sua vez me está a arruinar a conta bancária, um livro de cada vez...

 

Se me seguem há algum tempo já devem saber que o 1984 é um dos meus livros favoritos de sempre. Quando saiu a novela gráfica da Alfaguara no ano passado tive de comprar, estava imensamente curiosa para conhecer a obra no formato de novela gráfica (apesar de entretanto ainda não ter lido).

 

Há umas semanas estava na cozinha com a televisão ligada e alguém falou de uma nova edição da Cavalo de Ferro que saiu no mês passado, também novela gráfica. Fiquei logo com a pulga atrás da orelha. Fui pesquisar e vi o excerto na Wook... e apaixonei-me imediatamente quando percebi que a arte e a forma de contar a história através dela eram ainda melhores do que no outro livro - aliás, esta edição parece-me absolutamente genial. Ponderei ainda se devia comprar ou não; afinal, a história é exactamente a mesma. A resposta, como podem ver, está na fotografia.

 

Sim, acho que é seguro dizer que, sem querer, comecei uma colecção de 1984. Peço encarecidamente a todas as editoras que mais nenhuma se lembre de fazer a sua adaptação do livro. Faço questão de ter esta história em todos os tipos de arte que apareçam e, como devem imaginar, a minha conta bancária não agradece.

 

Não sei, acho que preciso de ajuda.

16
Set21

Portugal a ser uma merda: um desabafo

Pessoas a serem exploradas, parte 24378638476429384

Vera

Recebi hoje uma chamada com a minha primeira proposta de sempre para uma candidatura que tinha feito na área profissional que quero. Boas notícias, certo? Não, errado: foi uma óptima forma de relembrar o quão merdoso está o mercado de trabalho em Portugal.

 

Candidatei-me a esta vaga para um estágio profissional numa empresa sediada numa cidade a 1h de carro daqui. Na minha cidade aparece muito pouco e alarguei os horizontes, meti na cabeça que mais vale ir e vir uma hora de carro todos os dias (não tenciono ir viver para lá).

 

Esperava então que fosse ser o típico e normal estágio profissional apoiado pelo IEFP, mas na realidade a proposta foi esta: os 3 primeiros meses seria não remunerado, a ganhar apenas o subsídio de refeição. Poderia haver continuidade após esses 3 meses, mas isso não anula o facto de que eu iria ganhar menos do que iria gastar em combustível e também o facto de isto provavelmente nem ser legal. (E também não anula o facto de talvez me mandarem embora depois desses 3 meses).

 

Fiquei tão parva com o que tinha acabado de ouvir que nem soube bem como reagir, pelo que disse que ia ponderar, mas obviamente não vou aceitar. É pagar do meu bolso para trabalhar, basicamente. Até consideraria se residisse naquela cidade, embora ache que são condições de merda até para quem vive lá; mas não resido e isto parece-me exploração.

 

A primeira vez que recebo o mínimo de uma resposta do outro lado para trabalhar naquilo que quero e é isto que acontece. Suspeito que isto não seja um caso assim tão anormal, no entanto. É triste.

12
Set21

SÉRIES: After Life

Vera

Uma série que já queria ver há algum tempo, mas que tive de esperar até me sentir preparada para tal, já que toca num assunto que me é bastante próximo.

 

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Após a morte inesperada de sua esposa, Tony (Ricky Gervais) decide mudar seu modo de viver. O cara legal logo se torna um homem impulsivo que diz e faz o que tem vontade. A situação se complica, quando as pessoas ao redor de Tony tentam transformá-lo em uma pessoa melhor novamente. Fonte: AdoroCinema

 

Em After Life vemos essencialmente o desenrolar do processo de luto por que Tony passa após a morte de Lisa, a sua esposa. Tony fica naturalmente abalado com o ocorrido e, por isso, vemos também retratado muito daquilo que é a depressão.

 

After Life é uma série bastante crua e pesada, daquelas que não dá para fazer binge watching pela seriedade e profundidade dos temas que trata. Demorei alguns meses a vê-la e não sei se houve um único episódio em que eu não tivesse deitado pelo menos algumas lágrimas.

 

É uma série que mistura o drama com a comédia, mostrando-nos elementos característicos do humor britânico, com todas as suas peculiaridades que já conhecemos. É uma das coisas que a tornam numa boa série, já que o humor é construído tendo muito por base as personagens e a sua construção, resultando num conjunto de pessoas estranhas e até bizarras com as quais podemos não nos identificar, mas que trazem leveza e até uma certa naturalidade à série. Para além disso, confesso que não conheço muito do trabalho de Ricky Gervais, mas After Life tem aquilo que penso ser já característico dele: o humor sarcástico. 

 

Não deixa, no entanto, de ser uma série com um toque de drama que trata de temas muito pesados e sensíveis, sendo palpável a dor e a dificuldade de algumas personagens em lidar com a morte e também com a depressão - directa ou indirectamente, principais ou secundárias. Apesar de nos falar da morte e do luto, considero que After Life é, acima de tudo, uma série sobre a vida, as pessoas, o poder dos laços e a empatia. Que nos mostra a vida como ela é: nem sempre um mar de rosas, com fases difíceis que parecem uma batalha que, com os seus altos e baixos, às vezes não parecemos conseguir ganhar. Não se propõe a mostrar que tudo é um abismo sem solução, da mesma forma que não pretende mostrar que tudo passa com o tempo e a maior das facilidades. E a vida não é isto mesmo: uma montanha russa de emoções, preenchida de dias bons em que tudo parece doer menos, seguidos de dias em que a escuridão é a única "cor" que vemos?

 

Em After Life, aprendemos a gostar das personagens como elas são e com as suas peculiaridades (ou quase todas, vá; ainda não entendi o propósito daquele que é provavelmente o pior psicólogo na história das séries). Aprendemos a conhecê-las e as suas histórias de vida, a empatizar com as suas emoções e dificuldades.

 

É uma série que recomendo vivamente, para se ver a seu ritmo, alertando obviamente para os tópicos que retrata e aos quais alguns espectadores possam ser sensíveis: morte/luto, depressão e suicídio. Não recomendo a série a quem tenha dificuldades associadas a estes temas, pode ser difícil de ver. Como referi acima, eu mesma tive de esperar até me sentir pronta para enfrentar, no meu caso, a situação de morte e luto. Tirando isso, acho que é uma série que toda a gente devia ver. Até ao momento saíram duas temporadas, cada uma com seis episódios de cerca de 30 minutos, pelo que é uma série relativamente curta.

 

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Conhecem esta série? O que acham dela?

05
Set21

JOGOS: The Witcher

Vera

Não sei se alguém que me siga tem grande interesse em jogos, mas não só é uma coisa que gosto de fazer, como nos últimos tempos tem sido uma das poucas formas de passar o tempo e me manter ocupada e sem pensar no que não devo. Por isso, venho aqui falar do jogo que terminei mais recentemente.

 

Permitam-me só um aparte em que, na verdade, eu acredito que qualquer pessoa pode gostar e interessar-se por jogos, se encontrar o jogo certo (e a forma certa de jogar também). Passei anos sem jogar grande coisa depois de ter embirrado com o Skyrim (muito antes de ter decidido voltar a jogar e tê-lo terminado), mas está quase a fazer um ano que encontrei o meu lugar no mundo dos jogos - percebi e vou percebendo com o tempo o tipo de jogos que gosto, a minha forma preferida de jogar, como sou enquanto gamer e aquilo em que sou melhor e pior.

 

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Mas passemos então ao jogo que me tem feito companhia nos últimos três meses (isto porque não jogo regularmente e vou tendo fases mais activas e outras menos): The Witcher. Este é o primeiro jogo numa série de três jogos - até ao momento -, baseado na série de livros do escritor polaco Andrzej Sapkowski. Também já existe uma série de televisão com o mesmo nome. The Witcher conta a história de Geralt de Rívia, um bruxo com incríveis poderes sobrenaturais que se depara com um incidente que não só determina o resto da história, como lhe retira a memória de tudo o que aconteceu antes desse momento. Assim, seguimos o jogo não só com a missão de tratar desse incidente, como também de tentar descobrir quem é o Geralt e o que o define - e para isso estamos cá nós, os jogadores, já que a identidade de Geralt é revelada ao longo do tempo com base em certas escolhas que fazemos. Para além disso, existem outras missões e histórias secundárias - algumas pequenas, e outras tão grandes quanto o momento inicial.

 

Sim, é verdade: The Witcher é daqueles jogos que nos mostram que todas as nossas acções e escolhas têm consequências, com cada escolha revelando um resultado diferente que pode ter muito ou pouco impacto na história e no seu seguimento.

 

Este é um jogo que se joga maioritariamente com o rato, algo que estranhei bastante inicialmente. Prefiro jogar com comando mas este não é compatível com comando (o segundo e o terceiro já são) e, esperando ter de sacrificar a minha paciência com a minha péssima habilidade no teclado, deparo-me com um jogo muito baseado no rato. O teclado é utilizado maioritariamente para fazer a personagem andar e para atalhos relativos às armas, signs (poderes utilizados pelo Geralt) e afins. O combate em si é feito com o rato e tendo por base um timing muito específico no qual temos de clicar; como disse, ao início estranhei imenso este tipo de jogabilidade, mas acabei por me habituar e acabei por gostar bastante. Na verdade, sinto que até tornou o jogo um pouco mais fácil para mim e retirei maior prazer de o jogar - nunca deixando ainda assim de me apresentar desafios em que acabei por morrer na mesma e acabou por não ser assim tão fácil.

 

Não sei se foi por culpa minha ou não, mas achei a história um pouco confusa e isso acabou por me dificultar bastante quando tinha de fazer escolhas que aparentavam ser cruciais no seguimento do enredo. Acabei por muitas vezes ter de pedir ajuda e esclarecimentos sobre a história para perceber melhor que decisões devia tomar, porque efectivamente senti-me perdida na história muitas vezes. Não vos sei dizer se foi por distracção minha ou esquecimento ou não, sinceramente. Só sei que me vi ainda umas quantas vezes sem perceber nada do que se estava a passar.

 

O jogo é um pouco lento no início e eu ainda me irritei algumas vezes com ele no começo, sentindo até vontade de desistir logo por não estar nada habituada à dinâmica. Mas fui-me habituando, a personagem foi fortalecendo conforme ganhava pontos no jogo e a história também foi ficando mais envolvente e interessante, pelo que acabei a gostar imenso do jogo. Ah, uma coisa que me esqueci de referir: a história desenrola-se ao longo de cinco capítulos, precedidos de um prólogo e seguidos de um epílogo. Se são daquelas pessoas que gostam de completar tudo nos jogos, tenham a certeza de que fazem todas as missões secundárias antes de passarem de capítulo, uma vez que há diversas mudanças de locais de uns capítulos para outros e deixa de ser possível fazer as missões de capítulos anteriores.

 

Em termos de críticas, achei alguns dos principais vilões fracos enquanto conceito (spoiler ou não, conforme o que entenderem: um deles passa o jogo inteiro a fugir do Geralt e a pôr outras pessoas ou criaturas a lutarem por ele). Para além disso - e é uma coisa que já notei também nos jogos que se seguem na série -, é um jogo que pessoalmente noto que foi claramente feito para homens heterossexuais... Com muita nudez feminina, inclusivamente explícita, para além de permitir que a personagem tenha relações sexuais (implícitas) com várias mulheres do jogo meio só porque sim. Isso incomodou-me, mas eventualmente acabou por se tornar numa parte mínima do jogo. No entanto, se pudesse tirar esses elementos do jogo, tirava com todo o gosto, porque acho desnecessário.

 

Em suma, acabei a gostar bastante deste jogo, a história, apesar de confusa, acabou por se tornar interessante, e não confirmo nem desminto que estou com uma enorme vontade de seguir já para o segundo (The Witcher 2: Assassins of Kings), apesar de ter prometido a mim mesma que ia tentar completar o Skyrim (sim, apesar das 5 mil horas que isso vai demorar).

 

Existe alguém por aqui que gosta de jogar? Alguém que já tenha jogado The Witcher? Eu adoro este tipo de jogos! E já agora, parabéns a quem chegou ao fim deste post longuíssimo.

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29 ∷ Miúda do interior com alma de lisboeta ∷ Digital marketeer ∷ Overthinker a tempo inteiro ∷ Sempre a saltar de livros para séries para jogos nas horas vagas

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