Pela primeira vez na história de American Horror Story, tivemos direito a uma temporada com duas histórias diferentes, tendo sido por isso intitulada de Double Feature: Red Tide/Death Valley. Se alguém ainda não conhece esta série, trata-se de uma antologia de terror, onde cada temporada conta uma história diferente. Tem vindo a especular-se, ao longo dos anos, que algumas histórias possam estar ligadas entre si mas, até ver, ainda nada foi concretizado nesse sentido. Sendo uma antologia, pode perfeitamente ver-se qualquer temporada que interesse e saltar-se outras menos boas. E eu vou já directa ao assunto: esta temporada merecia ser ignorada.
Este é o primeiro post que escrevo sobre uma temporada desta série e, infelizmente, vai ser uma crítica mais negativa que positiva. Não sou a única a dizê-lo, acreditem, mas esta foi a pior temporada de American Horror Story (AHS) até ao momento.
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AHS teve temporadas brilhantes - para mim, a melhor continua a ser Asylum (temporada 2) -, brilhou em todo o seu esplendor nas temporadas iniciais e, depois, começou a decair em qualidade. Conseguiu recuperar um pouco da essência a meio, com histórias como Roanoke (temporada 6), mas tem sido um percurso atribulado e sempre marcado por algo que tem vindo a acontecer em quase todas as temporadas: finais pobre e preguiçosamente executados. As temporadas até podem ser bem feitas e mostrar potencial, mas os finais têm, de um modo geral, arruinado por completo esse mesmo potencial.
Mas bom, esta publicação é sobre a décima temporada, especificamente, e não sobre a série como um todo. No entanto, foi exactamente isto que acabei de referir que acabou por acontecer um pouco aqui também.
Uma temporada, duas histórias de horror. Em "Red Tide", um escritor com bloqueio criativo e sua família se mudam para uma pequena cidade praiana no inverno, mas enquanto se acostumam com o novo cenário, logo conhecem os verdadeiros residentes do local. Em "Death Valley", um grupo de amigos tem uma experiência bizarra no deserto dos EUA, os conectando ao antigo histórico do país com seres extraterrestres. Fonte: Filmow
A temporada começou com Red Tide, uma história com destaque para uma fotografia lindíssima, como nunca antes vi na série, e que facilmente vou recordar durante muito tempo. A história, apesar de alguns elementos cansativos e repetitivos, também tinha o seu potencial, apresentado-nos uma temática ligada a vampiros e críticas sociais associadas a Hollywood e à indústria cinematográfica. Contudo, como tem vindo a tornar-se tradição, a partir da metade do enredo começou a ficar uma história caótica, apressada e, como já é típico de Ryan Murphy, terminou com um final preguiçoso, brusco, superficial, sem pés nem cabeça.
A segunda história de terror foi Death Valley, uma estreia no mundo de AHS ao apresentar-nos um tema ligado a extraterrestres. Foi ambiciosa, mostrando-nos, na verdade, dois enredos dentro de uma só história: um ocorrido no passado, nos tempos das presidências de Eisenhower, Kennedy e Nixon nos EUA; e outro ocorrido no presente - ambos ligados à famosa Area 51. A meu ver, mas também tendo em conta as opiniões que fui lendo de espectadores, Death Valley foi um misto confuso que ora nos apresentava uma história de maior qualidade no enredo passado e um trabalho menos bom no enredo presente, ora mostrava maior qualidade no enredo presente e esquecia o do passado.
Pelo que tenho visto, é quase unânime que Death Valley foi a pior história da temporada, mas não se podia esperar outra coisa de uma parte que teve direito a apenas 4 episódios numa temporada com um total de 10. Tentou trazer elementos interessantes mas, no final de contas, foi um enredo muito corrido e superficial que resultou naquele que é, para mim, o pior final na história de AHS - sim, mesmo considerando que não há muitos finais bons. Fiquei genuinamente confusa com o final e ainda pensei se estava enganada e se não haveriam mais episódios a lançar. Tive de ir pesquisar para confirmar que aquele episódio era efectivamente uma season finale. A meu ver, não foi sequer um final de todo - não acho que tenha acabado nada, nem a bem, nem a mal; nem de forma aberta, nem de forma fechada. Foi um corte repentino na história que não trouxe desfecho absolutamente nenhum. Não costumo ser tão directa e negativa, mas neste caso tem mesmo de ser: foi absolutamente horrível!
Teria sido tão melhor que estas duas histórias nos tivessem sido apresentadas em temporadas diferentes, de forma separada. Para nos darem a típica temporada de 10 episódios, era difícil criarem duas histórias tão curtas e que fossem realmente boas. Fiquei extremamente desiludida com esta temporada, de tal forma que, apesar de querer ainda saber qual será o tema da próxima temporada, estou seriamente a considerar desistir da série de vez. Como disse, tem sido um percurso atribulado nos últimos anos e, mesmo quando uma temporada parece ser boa, os finais mal executados têm sido recorrentes e conduzido sempre a alguma desilusão. Nesta temporada não foram apenas os finais, foi quase tudo... Foi o fundo do poço para esta série, e já não sei se consegue sair daqui. Longe vão os tempos áureos de Asylum.
As histórias tinham potencial, por isso recomendo a temporada. Mas não dá para esquecer que acabaram por se tornar uma grande desilusão... Por isso, deixo ao vosso critério.
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São seguidores fieis desta série? O que acharam desta temporada?
Edit: Enganei-me no início do post, já houve uma temporada que foi ligada a uma outra anterior (a temporada 8 está relacionada em determinados elementos com a temporada 3), mas consegue-se na mesma ver qualquer uma delas isoladamente, até porque eu não vi uma delas até ao fim.