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mil e quinze

Livros, séries, filmes e muito mais ♥

27
Mar22

LIVROS: Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, J.K. Rowling, Jack Thorne e John Tiffany

Vera

Senti falta do universo Harry Potter, em verdadeiro espírito de o-terceiro-filme-dos-Monstros-Fantásticos-está-quase-aí, e resolvi ler este livro, cuja história ainda não conhecia.

 

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Harry Potter e a Criança Amaldiçoada está escrito no formato de peça de teatro, já que existe de facto a peça de teatro homónima, tendo surgido nos palcos pela primeira vez em Julho de 2016. Isto faz com que a sua leitura seja extremamente fácil e rápida.

 

Esta história gira em torno do filho de Harry Potter, aquele que conhecemos no epílogo dos famosos livros e filmes: Albus Severus Potter, uma criança que se sente diferente das outras, deslocado do mundo que o rodeia e mesmo dentro da própria família, mostrando-nos o peso que pode ter numa criança o facto de esta ser filha d'O Rapaz que Sobreviveu. Em certo momento da história, Albus toma uma decisão que vai mudar todo o passado, o presente e o futuro, de formas drásticas. É assim que acompanhamos a sua aventura de navegar num novo mundo, em novos cenários e situações, tentando fazer o que acha melhor em cada momento.

 

O que dizer deste livro? Acho que é uma obra completamente diferente daquilo a que estamos habituados neste universo, pelo que não acho que seja favorável avançar para esta leitura com uma expectativa de encontrar algo semelhante ao que já foi lido e/ou visto. Não olho para este livro como descrevendo um mundo totalmente mágico - aquele a que já estamos habituados -, é um livro mais maduro que se propõe mais a mostrar o lado humano - conflitos, emoções, relacionamentos - do que propriamente o lado mágico. O formato também ajuda a isso, já que não existe nenhum narrador, existe apenas o diálogo entre personagens e as breves descrições de cenários, emoções ou acções.

 

Não sei bem do que estava à espera; gostei da história mas em certo modo ficou aquém das expectativas. Acho que a minha leitura acabou por ser influenciada pelo facto de ter crescido com o Harry, o Ron e a Hermione, e não com os seus filhos. Foi giro ler sobre eles mas não consegui criar grande ligação com essas personagens. Ao início achava o Albus um pouco irritante, até... Saí desta leitura sem criar grande afinidade com as personagens mais novas (até gostei do Scorpius, mas no fim do dia também pouco me diz).

 

Achei que talvez tenha também começado a ser um pouco repetitivo. Afinal a fórmula geral dos acontecimentos-chave foi sempre a mesma... E aconteceu uma, e outra, e outra vez. Apesar de ter dado resultado a um contraste particularmente interessante. Não sei também se gostei assim tanto dos novos dados que trouxeram a este universo, nomeadamente no que toca ao fruto daquele "relacionamento" (quem já leu vai perceber certamente do que falo). Achei que veio meio do nada, meio sem explicações... meio só porque precisavam de algo que parecesse interessante para contar na história.

 

Apesar de tudo isto, bom, é Harry Potter e tudo o que é Harry Potter eu vou gostar. Agora queria muito, muito poder ver esta peça ao vivo! Porque é que temos de viver encostadinhos a este canto à beira-mar plantado? 

 

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Quem já leu esta peça? Partilhem as vossas opiniões comigo nos comentários! 👇

17
Mar22

LIVROS: A Abadia de Northanger, Jane Austen

Vera

Uma releitura originada pela decisão de encomendar, ou não, este livro da colecção da RBA. Não fosse este acaso a fazer-me voltar a lê-lo e eu nunca teria percebido a diferença que dez anos podem fazer na leitura de um livro.

 

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É verdade, passaram dez anos desde que li esta obra pela primeira vez. E nunca, em momento algum, me passou pela cabeça, na altura, que este livro era uma sátira. Podemos imaginar, portanto, que a experiência de o ler desviou-se completamente da questão central do livro.

 

A Abadia de Northanger apresenta-nos Catherine Morland, uma rapariga ingénua e inocente que vai passar alguns tempos fora de casa e da sua cidade natal: primeiro, em Bath, acompanhada pela família Allen, amigos da sua família; e depois, na abadia de Northanger. Quando chega a Bath conhece duas famílias muito distintas à sua maneira: a família Thorpe e a família Tilney. Da primeira nasce uma amizade com uma das filhas, Isabella; e da segunda um apreço por Eleanor, filha, e um amor por Henry, um dos filhos.

 

Este livro apresenta-se como uma sátira aos romances góticos nos mais variados aspectos: Catherine é uma rapariga que parece desconhecer o modo de funcionamento geral do mundo real, sentindo-se uma heroína semelhante às dos romances que lê, vendo o mundo à sua volta tendo por base esses livros e personagens. Pode dizer-se que vive com a cabeça enfiada nos livros, de tal forma que transparece tudo isso para a sua realidade. É, por isso, fácil apercebermo-nos da sua inocência e ingenuidade, a tal ponto que nada do que lhe acontece vem exactamente como uma surpresa para nós, leitores.

 

A Abadia de Northanger apresenta-nos personagens, na sua maioria, ocas e superficiais, algumas até fúteis: os filhos Thorpe são pessoas intragáveis, muito embora Catherine olhe para a sua amizade com Isabella como muito importante e especial; a senhora Allen passa a vida a falar das suas roupas e a julgar as dos outros; pelo menos duas personagens agem por interesse, mesquinho e materialista, respectivamente. E enquanto nós, leitores, estamos cientes da verdadeira realidade (passo a expressão) de tudo o que se passa, Catherine desculpa tudo tanto com base na sua inocência, como com base nos romances que lê e em como deve ser suposto acontecer assim, e conhecer pessoas assado. Este livro também goza muito com os mistérios e cenários obscuros característicos de romances góticos, sobretudo quando Catherine vai para a abadia.

 

Pelo meio, Jane Austen vai fazendo algumas intervenções, enquanto autora, para gozar ainda mais com certos aspectos deste tipo de literatura. É um livro que, chegando ao fim, nos faz perceber que foi divertido de ler, mas eu pessoalmente sinto que poderia ter sido ainda mais. Se Jane Austen queria satirizar estas obras, cenários e personagens, então deveria tê-lo feito a 150%; sinto que foi uma sátira muito controlada, às vezes tive de me lembrar a mim própria que estava a ler uma sátira. Acho também que a construção das personagens falhou em certos momentos, apesar do elemento irónico da obra não consegui, em certos momentos, não encarar as personagens como simplesmente irritantes, ignorantes e/ou aborrecidas.

 

Outro aspecto que tenho a apontar prende-se com o título do livro, a Catherine só chega à abadia muito depois de já metade do livro! Não conheço romances góticos o suficiente para perceber se isto foi ou não intencional, pode ter sido mais um elemento de sátira da obra. É que lembrou-me muito Jane Eyre em como se estendeu tanto a contar todos os detalhes da história da personagem.

 

Apesar de tudo isto, foi uma leitura prazerosa, acho que surpreendeu no final (tendo em conta que já não me lembrava de nada), e acho que conseguiu com que Catherine acordasse um bocadinho para a realidade (mas só um bocadinho). Gostei, vale a pena a leitura e não sei como raio interpretei este livro há dez anos se não sabia sequer que era uma sátira.

 

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Alguém já leu por aqui? Partilham da minha opinião de que podia ter sido ainda mais exagerado?

14
Mar22

Sobre comprar livros

Vera

Hoje apeteceu-me vir aqui divagar sobre um assunto que talvez não seja nada de importante, mas no qual me pus a pensar. Como sempre, este posts para mim não são nada sem as vossas opiniões, por isso conto com vocês! Vou começar com uma pergunta aparentemente simples (porque para mim, não o é assim tanto): o que vos faz comprar um livro? Neste caso, acho que me refiro mais àqueles dos quais não conhecem nada.

 

Eu explico: dei-me conta que só acrescento livros à minha lista para ler se tiver lido reviews de blogs que sigo e me tenham despertado interesse. Essa tornou-se na minha única forma de me envolver no mundo literário, de saber as novidades e de conhecer mesmo os mais antigos. Eu só compro livros quando apanho boas promoções, ou se já forem mais baratos por si só. Por este motivo, nem é uma coisa que eu faça assim tanto - comprar livros -, mas quando compro são sempre livros que já estão na minha lista para ler, essa mesmo que cresceu devido às opiniões que li de outras pessoas.

 

A minha questão com este post todo é: às vezes há livros com bons preços que nunca li, que não conheço, dos quais nunca ouvi falar, cujos autores não conheço, com capas apelativas (sou mesmo a leitora que liga muito às capas) e afins. Mas sinto uma espécie de fear of missing out inverso, em que não tenho medo do que estou a perder ao não comprar esses livros, mas sim do que poderei perder ao comprá-los: dinheiro, tempo, energia... Resumidamente, dei-me conta que tenho um medo enorme de arriscar o dinheiro em livros que, por não conhecer absolutamente nada deles a não ser a sinopse na contracapa, posso vir a não gostar. O livro até pode custar uns míseros 3€, a sinopse pode parecer a coisa mais interessante do mundo, e eu não o vou comprar porque nunca ouvi falar nada dele e tenho um medo gigante de me desiludir.

 

A vossa primeira reacção será, certamente, dizer "mas Vera, não pode acontecer também o contrário e adorares a história?". Nada a contra-argumentar, pode totalmente acontecer. Também sei que até as opiniões que li dos livros que tenho na lista para ler não me garantem, de todo, que vá gostar deles. Portanto podemos concluir que o meu raciocínio não tem grande sentido. Sei disso tudo, e no entanto não me consigo libertar deste medo parvo e irracional - medo esse que, tenho plena consciência, pode estar a fazer-me perder efectivamente grandes obras e autores.

 

Quais são os vossos two cents na matéria? Alguém como eu ou posso sentir-me sozinha nesta luta?

08
Mar22

LIVROS: Jane Eyre, Charlotte Brontë

Vera

Jane Eyre é um livro clássico escrito por Charlotte Brontë, presente na minha lista de livros para ler desde que conheci, há longos anos, Jane Austen e este tipo de literatura, que rapidamente se tornou numa das minhas favoritas. Eventualmente deixei de ler este tipo de livros - sem culpas, pois todos mudamos e vamos conhecendo novas formas de literatura e novos contornos nas nossas preferências - e Jane Austen deixou de ser a minha autora preferida - ou talvez não, mas tanto tempo sem lê-la... que sei eu agora? Confesso que com esta leitura matei saudades, que não sabia que sentia, por este tipo de livros - romances clássicos escritos por Mulheres muito à frente do seu tempo.

 

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Considerada uma obra-prima da literatura inglesa, Jane Eyre é um romance da escritora inglesa Charlotte Brontë, publicado no século XIX, mais precisamente em 1847. Jane Eyre é uma autobiografia ficcionada da protagonista que, depois de uma infância e adolescência desprovidas de afecto, se torna preceptora em Thornfield Hall e se apaixona pelo seu proprietário, Mr. Rochester. Plenamente correspondida nos seus sentimentos, Jane julga ter encontrado o amor por que ansiara toda a vida, mas Thornfield Hall esconde um segredo tenebroso que ameaça ensombrar a sua felicidade. Numa atmosfera misteriosa e inesquecível, acompanhamos esta heroína de espírito puro e apaixonado, que trava uma luta interior constante para se manter fiel às suas convicções e a si própria. Uma história sobre a liberdade humana, repleta de elementos dramáticos (incêndios, tempestades, tentativas de homicídio) que compõem uma atmosfera de mistério e suspense. Fonte: Wook

 

Li este livro para poder decidir se o encomendava a propósito da coleção da RBA ou não - acabei-o com uma resposta negativa. Não quer dizer que não tenha gostado, mas não me deixou com uma sensação tal que sinto que preciso mesmo de o ter. Antes de partir para qualquer divagação que seja sobre a história, partilho convosco dois excertos que se destacaram, para mim, e que sinto que resumem muito bem Jane Eyre, tanto enquanto personagem como enquanto livro e obra literária:

 

«(...) eu aproveitava a ocasião para subir ao telhado e abraçava com o olhar a esplêndida paisagem até à linha distante das serras; nesses momentos, tomava-me uma ânsia febril de ultrapassar essa linha, de mergulhar na verdadeira vida, habitar as cidades ruidosas e animadas que tanta vez ouvira descrever, mas que nunca vira; desejava adquirir experiência prática, vivendo com os meus semelhantes, estudar carateres diversos, mais variados do que os que me rodeavam.»

 

«Em vão se afirma que os seres humanos devem contentar-se com uma vida calma. Pelo contrário, precisam de agitação e se não a encontram, inventam-na. Existem milhões de seres condenados a uma sorte mais passiva do que a minha, mas existem milhões também que se revoltam contra o destino. Ninguém pode calcular quantas revoluções, fora da política, fermentam na massa humana que habita a Terra. As mulheres, em geral, são consideradas mais pacíficas que os homens. Puro engano. Elas experimentam exatamente o mesmo do que os homens, sofrem quando apertadas em moldes rígidos, numa estagnação absoluta, tal como eles. (...) É uma insensatez condená-las ou troçar daquelas que procuram fazer mais ou adquirir conhecimentos superiores aos que é hábito conceder ao seu género.»

 

Para começar, adorei a escrita. Lembrou-me do porquê de eu, em tempos, gostar tanto deste tipo de livros - sempre adorei a forma especial como tantos autores deste e de outros tempos antigos se expressavam. Quem já leu qualquer clássico sabe certamente do que falo. Acho que me fascina sempre as alturas em que estes livros foram escritos e tudo o que isso implica: são sociedades, modos de funcionamento e de ver o mundo que eu desconheço por completo, porque não vivi naquelas épocas. Até o simples facto de ocorrerem em tempos onde não existiam qualquer tipo de tecnologias que hoje nos são tão familiares me fascina. Mas bom, já estou a divagar demais.

 

O que acho mais incrível ainda é que este livro revolva tanto à volta de uma mulher à frente do seu tempo e da emancipação feminina. Num mundo (ainda mais) dominado por homens, Jane Eyre é uma mulher que deseja a independência e a liberdade, não querendo sentir-se presa a nada nem ninguém e, acima de tudo, mantendo-se sempre fiel a si mesma e aos seus princípios. Num mundo (ainda mais) dominado por homens, Jane Eyre não tem medo de responder, de se afirmar e de se fazer ouvir, de contrariar; não pretende resignar-se ao papel da "mulher recatada e do lar", da mulher casada e governada pelo marido - pretende ser mais, ser melhor e ser dona de si.

 

Apesar de tudo isso, este livro é um romance, ou pelo menos assim o consideram pois eu não consigo olhar para a história dessa forma. Acho que gostei muito mais da primeira metade da história, dividida entre a infância na casa da tia e o tempo passado no orfanato, do que propriamente do que se segue. Não querendo dar spoilers, acho que há vários elementos do dito "romance" que são um tanto ou quanto problemáticos. Justifica-se a época em que foi escrito? Talvez, mas eu estou em 2022 e não quer dizer que tenha de ser obrigada a assobiar para o lado...

 

Acho que também não ajudou o facto de ser um livro demasiado extenso. Sinto que algumas partes podiam ter-se prolongado por bem menos espaço de texto e a história continuaria a fazer sentido. Por vezes tornou-se uma leitura mais difícil pela quantidade de texto. Escrita demasiado descritiva - embora tenha de dizer que, não sendo a maior fã desse tipo de escrita, até que não me desagradou por completo neste livro - e falas demasiado longas não facilitam a leitura.

 

Portanto, sim, é um livro e uma personagem tremendamente inspiradores... A Jane Eyre é uma mulher incrível ainda hoje. Mas há elementos na história maçadores, e há elementos problemáticos... E no fim das contas senti que li um livro desnecessariamente longo sobre uma mulher fictícia que valeu a pena ter conhecido. Mas não deixo de me questionar o que era suposto retirarmos desta obra. A Jane Eyre teve num certo momento do livro a coragem e ousadia de se libertar de algo sem olhar para trás - a partir daí, sinceramente, foi um emaranhado de acasos em que ela simplesmente teve sorte, para no fim voltar ao mesmo ponto anterior e essa coragem e ousadia não terem valido de nada. O caminho que percorreu trouxe-lhe muita coisa que faltava na vida dela, sem dúvida, mas aquilo que a levou a percorrer esse caminho deixou de ter importância repentinamente.

 

Enfim, divaguei imenso neste post e fui demasiado vaga para quem não conhece a história (precisamente para tentar não dar spoilers). Se recomendo a leitura? Sim, achei a escrita deliciosa, acho uma proeza gigante a Charlotte Brontë ter conseguido fazer-me gostar um bocadinho de escrita descritiva. A Jane Eyre é uma personagem fascinante e inspiradora, e se gostam de romances góticos então mil vezes sim. O único ponto negativo que tenho realmente a apontar, e que já referi, é que de facto o livro torna-se desnecessariamente extenso. Mas como não é suposto estarmos em corridas de leitura, a seu tempo e a seu ritmo, lê-se bem.

 

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Conhecem este clássico? O que acham?

05
Mar22

SÉRIES: Looking for Alaska

Vera

Uma mini-série adaptada do livro homónimo de John Green. Este livro fez parte da minha adolescência e rapidamente se tornou num dos meus favoritos assim que o li - entretanto já o vendi porque achei que a história era demasiado juvenil para o querer voltar a ler. Não estava nos meus planos ver a série mas, num dia sem nada para ver, foi o que surgiu. Achava que a série ia ser igualmente demasiado juvenil e cliché, mas acabou por me surpreender pela positiva.

 

 

Miles Halter é um adolescente obcecado pelas últimas palavras de pessoas famosas. Cansado da vida monótona e segura que leva em casa, o jovem decide se aventurar em uma nova escola, onde encontra alguém prestes a tirá-lo da mesmisse: a ousada e increvelmente charmosa Alasca Young. Baseado no livro homônimo de John Green. Fonte: AdoroCinema

 

Já não me lembrava de quase nada do livro, mas ver os acontecimentos desenrolarem-se na série fez-me relembrá-los e perceber o quão fiel a série foi ao livro. Está mesmo com quase tudo igual - o John Green foi um dos produtores executivos da série, por isso este facto talvez não surpreenda assim tanto.

 

Lembro-me que a Alaska Young era uma das personagens mais incrivelmente fascinantes que tinha conhecido; na verdade continuo a achá-lo até hoje, embora de uma forma diferente. A Vera adolescente adorou-a, lembro-me que até em usernames eu tentava aludir à Alaska; uma espécie de melhor amiga dentro dos livros, que eu queria tanto poder conhecer. Claro que hoje em dia não tenho a visão juvenil a toldar-me os olhos, vejo as coisas de forma um pouco diferente. Ainda acho a Alaska Young fascinante, quanto mais não seja por ser uma pessoa tão misteriosa e intrigante, tão imprevisível. Sem nunca se saber bem o que passa naquela cabeça. Bom, toda esta divagação para dizer que achei a actriz escolhida para esta personagem uma excelente escolha - conseguiu captar o seu carisma na perfeição, a sua instabilidade e impulsividade, a sua tristeza e a sensação constante de estar ali um vazio do qual ninguém conhece bem a razão. É também incrivelmente bonita, o que acho que neste caso serviu bem para acrescentar ao je ne sais quoi de mistério e fascínio à personagem.

 

Em oposição tenho de me queixar um pouco do actor escolhido para Miles. Achei-o muitas vezes aborrecido e inexpressivo - entendo que isso também faça um pouco parte da personagem em si, mas acho que em certos momentos deixou a desejar e a sua interpretação poderia ter sido feita de modo distinto. Apesar disto, de um modo geral achei a escolha acertada para as restantes personagens - o Coronel, a Águia e o Mr. Hyde foram das personagens melhor interpretadas e construídas na série, e todas acrescentaram bastante valor à história à sua maneira.

 

Acabei por gostar da série bem mais do que esperava. Como referi, foi bastante fiel na sua adaptação do livro, e mesmo nos momentos que acrescentou à história conseguiu ser pertinente e acrescentar mais valor. Conhecemos mais da Alaska Young e vamo-nos apaixonando por ela, da mesma forma que o fizemos quando lemos o livro - e no final ficamos tão ou mais destroçados como quando se deu a leitura. Fartei-me de chorar nos dois últimos episódios - quem já leu o livro há-de saber perfeitamente o porquê.

 

De um modo geral, gostei de acompanhar estes jovens, as suas partidas, irresponsabilidades e peripécias; de conhecer as suas histórias e de acompanhar a sua evolução - mas também de os ver lidar com a dor e sofrimento, acompanhar o seu crescimento. Tentar, junto com eles, perceber simplesmente porquê.

 

Aconselho a série, mas se não conhecem a história aconselho mil vezes a sua leitura primeiro!

 

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Conhecem esta história? O que acham?

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29 ∷ Miúda do interior com alma de lisboeta ∷ Digital marketeer ∷ Overthinker a tempo inteiro ∷ Sempre a saltar de livros para séries para jogos nas horas vagas

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