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mil e quinze

Livros, séries, filmes e muito mais ♥

18
Mar23

Séries | Severance

Vera

Uma das melhores séries que vi nos últimos tempos.

 

Poster da série Severance Apple TV

 

Em Severance, vemos cinco funcionários da Lumen Industries que aceitam participar numa experiência que consiste num procedimento cirúrgico que separa as suas memórias pessoais das profissionais. Isto resulta numa pessoa que tem uma espécie de duas personalidades diferentes e vive duas vidas diferentes: a do funcionário que trabalha naquela empresa, e a da pessoa "lá fora" que tem a sua vida pessoal. O funcionário não faz ideia de quem é fora da empresa, e a pessoa "lá fora" não faz ideia de quem é nem do que faz dentro dela.

 

Claro que pelos mil e um alarmes éticos que isto começa desde logo a disparar nas nossas cabeças, não podemos esperar nada mais senão coisas boas desta série. A única crítica que teria a fazer seria o facto de ser um pouco lenta no ritmo e na história, sendo que no ritmo não me incomodou assim tanto, mas acho importante referir que esta é daquelas séries que não vos vai dar assim tantas respostas no final da primeira temporada. Na verdade, apesar de algumas revelações, vão ficar a perceber o mesmo ou até ter ainda mais perguntas.

 

Ainda assim, não acho que isto seja um ponto necessariamente mau, mas sinto que tinha de alertar para esse pormenor. A verdade é que, apesar de Mark S., interpretado por Adam Scott, ser o protagonista, para mim quem dá mais que falar na série é Britt Lower e a sua personagem Helly, acima de tudo por parecer existir uma grande guerra interior entre a Helly da empresa Lumen, que não quer estar ali, e a Helly da vida real, que a obriga a ficar. Esta dinâmica funciona muito bem para nos fazer reflectir ainda mais nas questões éticas da premissa desta série.

 

A maior falha da Lumen Industries é querer criar "robôs" para trabalhar com base em seres que são naturalmente humanos, e não robôs - e por isso é claro que vamos ver 1001 maneiras em como esta "experiência" pode correr mal.

 

Gostei muito desta série e, sem querer dar spoilers, ela inclui muitos outros elementos que deixam um gostinho de mistério e de "que raio se está a passar aqui?", para além da revolta que vamos vendo crescer nos funcionários da Lumen.

 

Honestamente, Severance tem potencial para se tornar uma das melhores séries de todos os tempos, com um excelente trabalho técnico que acompanha um enredo bom e complexo. Mal posso esperar pela segunda temporada!

 

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Quem aqui já viu? Pode ser visto na Apple TV+.

09
Mar23

Livros | O Sanatório, Sarah Pearse

Vera

Se eu não sabia nada sobre este livro e o título foi praticamente a única coisa que me cativou desde o início? Talvez. Se acabei a gostar mais do que esperava? Também.

 

Livro O Sanatório de Sarah Pearse

 

O hotel Le Sommet está situado nos Alpes suíços, num lugar bastante isolado e remoto, e é lá que a detetive Elin Warner se encontra, sem esperar e sem querer: o seu distante irmão Isaac vai casar-se e espera celebrar ali o seu noivado. Outrora um sanatório, o hotel Le Sommet foi construído nunca deixando de ter por base certos elementos da história do edifício. Assim, O Sanatório cria três ingredientes perfeitos para termos um verdadeiro mistério policial em mãos: a ambiência peculiar de um local isolado da civilização; os traumas de uma detetive em baixa médica, a lidar com as suas fragilidades; e o momento em que pessoas começam a desaparecer e a surgir, mais tarde, sem vida...

 

Policial é um género que não tenho por hábito ler, de todo. Li o And Then There Were None da Agatha Christie, e acho que a minha experiência com policiais se ficou por aí. Talvez por influência de ter visto, pouco antes, Wednesday (não um policial, mas um mistério) e Glass Onion, este foi o livro que me fez descobrir toda uma vontade de explorar este tipo de géneros mais a fundo...

 

Estava receosa por este livro ser um pouco mais longo do que costumo ler - e normalmente, quando isso acontece, a experiência não costuma correr-me muito bem... Pois bem, felizmente estava enganada! Gostei muito do livro, e mais ainda quando cheguei àquela fase de não conseguir mais largá-lo, à espera de saber tudo o que aconteceu.

 

«Sabe que as palavras de nada servirão e, pior ainda, que isto é apenas o princípio. A dor... é como uma série de bombas a explodir, uma após outra. A cada hora, uma detonação. Choque após choque após choque.»

 

Como pessoa que abomina escrita demasiado descritiva, quão lufada de ar fresco é encontrar um livro que é descritivo na medida certa! Sobretudo num livro onde a descrição é, de facto, importante: tanto para transmitir a ambiência do hotel, como para transmitir as sensações que Elin Warner vive. E por falar nisso, achei verossímil q.b. a experiência de stress pós-traumático desta personagem - sobretudo os flashbacks intrusivos, apesar de, ainda assim, não ter sentido tanto como acho que deveria nestes excertos.

 

O enredo está bem construído o suficiente para nos deixar a tentar decifrar o que está a acontecer em toda a extensão do livro. Penso que fica um pouco aquém nas personagens, no sentido de que, honestamente, é difícil identificarmo-nos, empatizarmos ou conectarmo-nos com qualquer uma delas, ou pelo menos foi isso que senti. Mas não acho que isso faça com que o livro seja necessariamente mau. Contudo, senti que por vezes se tornava irritante em certas partes (pessoalmente, atirava figurativamente o Will de uma varanda abaixo, homem chato e sem sensibilidade nenhuma!).

 

O desfecho também foi um pouco tonto: a autora atirou um pouco com uns elementos feministas para o desenlace do mistério que, sem quaisquer pistas antecedentes, pareceram sem grande sentido e propósito. Um "estar lá só porque sim". Mas conseguiu, ainda assim, ser minimamente interessante.

 

Apesar disto, foi uma leitura que me deu imenso prazer e pretendo ler o segundo livro desta série: O Retiro, sendo que este livro termina com o que imagino ser uma espécie de cliffhanger para o segundo. Recomendo que leiam, não será decerto a melhor leitura das vossas vidas, mas garante proporcionar-vos uns bons momentos (excepto no que toca a personagens irritantes).

 

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Quem aqui já leu? O que acham?

02
Mar23

Filmes | Glass Onion: A Knives Out Mystery

Vera

Talvez seja por ultimamente estar a consumir mais obras de mistério e/ou policiais - com Wednesday e com o livro que estava a ler anteriormente, do qual sairá review em breve -, mas Glass Onion foi uma das experiências cinematográficas que mais tive prazer em ver. Tão pouco tempo depois de ver o primeiro filme Knives Out, foi uma delícia ver um segundo filme que considero ser ainda melhor.

 

posters do filme glass onion: a knives out mystery

 

Glass Onion leva-nos à propriedade privada de Miles Bron numa ilha grega, que todos os anos convida um grupo de amigos (excêntricos e ricos, claro) para uma festa. Desta vez, o tema é decifrar o mistério da morte do próprio anfitrião, mas os mistérios começam com o simples facto de o detective Benoit Blanc ter sido também convidado. E claro, não acabam por aqui: todas as personagens têm algo a esconder e, quando alguém aparece morto, todos são suspeitos.

 

Com um enredo bastante mais intrincado que o do primeiro filme, tenho a sensação que Glass Onion tenta levar-se um pouco mais a sério que o seu antecessor, mas nunca descurando o objectivo de nos proporcionar uma experiência cinematográfica e de mistério preenchida de divertimento.

 

A fórmula é a mesma do primeiro filme, e no entanto consegue elevar a fasquia e trazer-nos algo ainda mais rico em detalhes. Talvez por, ao contrário do primeiro Knives Out, não se centrar numa família, mas sim num grupo de pessoas tão distintas entre si e sem conexões substanciais além do único denominador comum que as liga: a sua associação a Miles Bron. Só por aqui já têm motivações diferentes do que apenas a de ganhar/manter a fortuna a que têm direito (como aconteceu no primeiro). Para além disso, volta a ter o elemento de sátira a pessoas ricas (algo que ultimamente tem sido muito utilizado em filmes e séries).

 

Espero sinceramente que Knives Out se torne numa série de filmes - sem dúvida que está a talhar o caminho para fazer isso de forma bem-sucedida. É um entretenimento tão bom que não me lembro da última vez que me tenha divertido tanto a ver um filme. Existe uma forma tão "junta-te aqui à malta" de fazerem estes filmes no que toca ao envolver o espectador. Não vos consigo explicar, mas penso que dá para perceber que adorei.

 

E recomendo bastante!

 

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Quem aqui já viu? O que acharam?

01
Mar23

Música do Mês | Fevereiro (2023)

Vera

Quem se esqueceu desta rubrica criada apenas no mês passado? Isso mesmo, eu mesma. Ainda vou a tempo, certo?

 

Pois bem, Fevereiro foi um mês marcado por uma grande mudança na minha vida que, até ver, tem sido um rumo confuso e incerto, com os seus pontos altos e baixos. Tem sido uma adaptação constante, onde todos os dias há pontos positivos mas também pontos negativos.

 

Não que a música que escolhi para Fevereiro me tenha feito pensar particularmente nisso, mas tem sido uma das que mais ouço e existe ali um excerto em particular que me remete para esta decisão que mudou tudo e para o processo de adaptação que tem sido. Sem mais demoras, esta foi a música de Fevereiro!

 

 

«(...)
Everything you lose is a step you take
(...)
You're on your own, kid
You always have been»

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29 ∷ Do interior, mas com alma de lisboeta ∷ A trabalhar em marketing digital ∷ Pensa demasiado em tudo ∷ Livros, séries e jogos nas horas vagas

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