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mil e quinze

Livros, séries, filmes e muito mais ♥

23
Mai22

JOGOS: Stardew Valley

Um jogo descontraído e relaxante que é bem mais do que parece

Vera

Tenho para mim que Stardew Valley é um jogo perfeito para as pessoas que não são de jogos. Para as que só jogam The Sims uma vez por outra, para as que preferem jogos mais descontraídos. Claro que não é só para essas pessoas, mas acho um jogo particularmente bom para esse grupo.

 

É difícil falar sobre Stardew Valley porque o jogo é extremamente complexo e multifacetado. À primeira vista, parece um mero 8-bit de farming, mas na realidade é um jogo carregado de história e dos mais variados elementos de gameplay que se possam pensar. Vamos começar então pelo princípio?

 

Fonte

 

Em Stardew Valley desempenhamos o papel de uma personagem construída à nossa escolha, que acaba de se mudar para Pelican Town porque herdou uma pequena quinta do seu falecido avô. Assim, temos de começar a nossa vida do zero: sem dinheiro, com um pedaço de terreno que não tem absolutamente nada. Pelican Town conta com os locais mais variados, como praia, lagos e rios, minas, hospital, mercearia, bar, casas dos vizinhos... E por falar em vizinhos, podemos ir aumentando a relação que temos com eles, sendo que o jogo até permite que nos casemos com alguns deles e tenhamos filhos se assim quisermos. Mas o vale também conta com inúmeros locais secretos e desconhecidos, aos quais só desbloqueamos o acesso com o nosso progresso no jogo.

 

Algumas das áreas e competências que podemos desenvolver no jogo dizem respeito à quinta, tanto naquilo que semeamos e colhemos, como na possibilidade de termos animais de quinta e podermos recolher e transformar aquilo que eles produzem - com a ajuda de uma série de máquinas que podemos construir com base em receitas e elementos que nos vão sendo dados conforme vamos evoluindo em certos pontos do jogo. Ou seja, além do farming tem uma componente de crafting. Mas também tem uma de pesca, de foraging, combate, mining e para ser sincera nem sei se me estou a esquecer de alguma, de tantas coisas que tem! O jogo é muito bonito visualmente e dá-nos alguns momentos na história ainda mais bonitos - sejam eventos anuais na cidade ou cut scenes de momentos fulcrais no enredo ou com algumas das personagens da cidade. E a banda sonora, que muda conforme a estação do ano, é maravilhosa.

 

Fonte

 

A melhor forma que consigo arranjar para descrever este jogo é contar-vos isto: conheço o jogo há anos, comecei a jogá-lo de forma mais séria há uns meses; tenho visto quase todos os dias o kickthePJ a jogá-lo na Twitch e é nestas streams que todos os dias descubro coisas novas. Quando eu acho que o jogo já "acabou", que não tem mais para mostrar, descubro lá todos os dias sempre algo mais. O jogo parece não ter fim, e digo isto no melhor sentido possível. Consegue sempre surpreender com coisas novas, locais desconhecidos, dinâmicas por descobrir. Tem tanta, tanta coisa. A melhor forma de o descrever é assim: há sempre mais. Achas que já fizeste tudo o que o jogo te mostrou que havia para fazer, que estás quase a terminar aquilo que é o mais principal? Ele atira-te com locais e desafios completamente novos. Completas esses desafios e achas que agora sim, ficou por aqui? Não, há sempre mais! Este jogo é incrível, se eu pudesse dar 5 milhões de estrelas dava. Arrisco-me a dizer que é o melhor jogo de sempre, sem qualquer medo.

 

O melhor é que é um jogo que se pode ir jogando ao ritmo de cada um. Não é preciso entrar numa corrida contra o tempo para fazer tudo. Se há um ponto negativo, eu diria que se pode tornar overwhelming quando começamos a ter ideia da complexidade do jogo e da quantidade infinita de coisas a fazer e a atingir. (E o meu conselho é guiarmo-nos sempre por objectivos mais pequenos e curtos no tempo; as metas continuam lá para as atingirmos mesmo que seja com passos de bebé!). Também acho que há tanta, tanta coisa por descobrir que por vezes pode ser difícil atingir coisas das quais nem temos conhecimento se não soubermos muito sobre o jogo. O jogo vai dando pistas e dicas para imensos elementos, mas há outros que também ficam um pouco escondidos na sombra e dos quais é difícil ter conhecimento se, como eu por exemplo, não estivermos a ver outra pessoa jogar.

 

Eu sou adepta de tentarmos descobrir os jogos por nós próprios o máximo que conseguirmos, mas abro uma excepção pela primeira vez para o Stardew Valley porque acho que aqui o wiki pode ser mesmo o nosso melhor amigo. Embora aconselhe sempre o seu uso moderado, tem de haver um equilíbrio entre a experiência de descobrirmos o jogo por nós próprios e informarmo-nos sobre o que parece não existir informação dentro do jogo. Mas claro, isto vai da preferência de cada um. Um outro streamer que sigo, o Charlie, também começou a jogar Stardew Valley há pouco tempo e prefere não ver as streams do PJ para não ter muitos spoilers do jogo, por exemplo; já eu tenho a experiência de o jogar sem saber nada, e a experiência de o jogar depois de ver o PJ muito mais avançado que eu - e tenho de dizer que há mil e uma coisas que eu não sabia sobre o jogo antes de começar a ver o PJ jogar, e mil dessas eu nunca ia descobrir sozinha... Acho que o jogo é intuitivo q.b., ou talvez seja eu que não tenha encontrado as pistas certas para milhentas coisas. O que é certo é que há uma quantidade infinita de coisas por descobrir - e com elas vêm inúmeros objectivos e novos desafios, fazendo com que haja sempre algo a atingir no jogo, dando-nos sempre algum propósito e motivação para continuar.

 

Community Center: o primeiro 'grande' desafio que o jogo nos lança. Um local abandonado que temos de ajudar a recuperar. Daqui.

 

Gostava de conseguir explicar-vos por palavras tudo o que este jogo é; acho que o próprio trailer não lhe faz 100% de justiça com imagens. Mas aconselho muito a experimentarem este jogo (e a pesquisarem primeiro, se isso ajudar). Não se assustem com a complexidade, tudo se faz. E é no facto de nos dar tantas coisas para alcançar que está a piada. Volto a dizer, sem qualquer receio de fazer uma afirmação exagerada: este é o melhor jogo de sempre. Vão por mim.

 

5.JPG

 

Quem conhece este jogo? Deixei alguém com curiosidade de experimentar? Acho mesmo que este é um jogo perfeito para quase toda a gente! Se decidirem não jogar, pelo menos deliciem-se com o soundtrack (perfeito para relaxar e/ou trabalhar).

 

15
Mai22

JOGOS: Amnesia: The Dark Descent

O terror na sua forma mais básica

Vera

Sinto que preciso de fazer um pequeno disclaimer, ou desabafar um pouco sobre algo (que acho que só eu vejo como problema, mas pronto!). Sinto sempre que as minhas publicações sobre jogos (e também as de obras de Marvel) são das menos vistas, que ninguém liga muito a isso e não quer saber... Não deixei de escrever as da Marvel, mas as minhas reviews de jogos passaram um pouco para segundo plano, e neste momento pretendo voltar a escrever sobre eles. Tenho conseguido criar alguma identidade para mim própria no que respeita a jogos, tenho conseguido descobrir cada vez melhor aquilo que gosto mais, que gosto menos, em que sou melhor ou pior. A verdade é que o meu gosto por jogos faz parte de mim, e no fim do dia também me dá gosto poder partilhar jogos que gostei de jogar e cuja experiência valha a pena - até porque a experiência de jogar um jogo é completamente diferente da de ver um filme ou uma série, por norma é muito mais imersivo. Eu sinto que só me comecei a descobrir neste mundo quando comecei a explorar opções novas e a conhecer melhor o que é que havia por aí. Pode ser que estas publicações também ajudem alguém com isso. Inconscientemente, tornou-se um objectivo meu começar a tentar escrever reviews mais elaboradas e sólidas sobre os media que consumo, pelo menos sempre que possível. E sinto que no que toca a jogos, são dos que há sempre mais a dizer. Portanto é isto... Eu gosto de jogos, então vou escrever sobre jogos. Mesmo que sejam das publicações que mais trabalho me dão. Porque é que me dei ao trabalho de explicar isto tudo? Não sei bem... Mas vamos lá passar à publicação propriamente dita. Fiquem por aí!

 

Apesar de gostar muito de filmes de terror, jogos de terror já são outra história e eu sempre disse que nunca ia jogar nenhum. Isto porque jogos são muito mais imersivos que um filme e a experiência é completamente diferente.

 

Já não sei como adquiri os primeiros dois jogos da trilogia Amnesia - provavelmente numa oferta onde os consegui grátis, já que não ia gastar dinheiro com jogos que provavelmente nunca ia jogar. Conheci os títulos de Amnesia graças ao YouTuber PewDiePie, "back in the day" - ele ficou conhecido com este jogo, e arrisco-me a dizer que o jogo também ficou conhecido com ele. Na altura gostava muito de o seguir e gostei muito de o ver jogar o primeiro jogo desta trilogia - The Dark Descent. Lá está, ver os outros jogar não tem problema, mas jogar eu mesma? Nunca! Isto foi lá para 2011 - onze anos passados, a Vera decide arranjar coragem e jogar Amnesia: The Dark Descent. E é dessa experiência que vos venho falar.

 

 

Se formos falar da complexidade do terror deste jogo, sou a primeira a dizer: é do terror mais básico que há. Não há um terror com grande construção, não é psicológico, não é complexo. É pura e simplesmente um jogo baseado em jumpscares. E sim, é das execuções que mais detesto em filmes - e se um jogo poderia ser melhor que isso? Podia, mas eu acho que é o elemento básico de Amnesia que o faz brilhar em todo o seu esplendor. O jogo pode ser só baseado em jumpscares, mas a construção que existe para os gerar está muito bem conseguida.

 

E digo isto porquê? Porque o jogo brinca com o medo da forma mais simples, mas também da forma mais genuína que há - fazendo para isso uso de elementos tão básicos como o som e o escuro. No início do jogo há uma pequena dica que nos remete para o jogarmos num ambiente escuro e com fones, para que o possamos experienciar da forma mais imersiva possível. Eu não fiz isto - joguei sempre com a luz acesa e sem fones, e mesmo assim passei o tempo todo assustada.

 

Ora então: Amnesia - The Dark Descent é um jogo em primeira pessoa e começa com Daniel, a personagem principal, a acordar num castelo sombrio no meio do nada sem se recordar de absolutamente nada e sem saber como foi ali parar. Ao longo do jogo vamos encontrando pistas para a história em forma de diários e pequenas notas/recordações de como Daniel foi ali parar e o que está ali a fazer.

 

 

A dinâmica do jogo obriga-nos a passar a maior parte do tempo em locais tão escuros, onde não se vê absolutamente nada, com recurso apenas a um número limitado de caixas de fósforos que acendem velas e tochas que possam existir pelo caminho - mas que não ajudam assim tanto -, bem como a uma lanterna a óleo que se gasta rápido demais para a quantidade de escuridão que encontramos. Isto por si só já é excelente para transmitir uma grande sensação de impotência - e obriga-nos a equilibrar bem o uso da lanterna e a gerir quando precisamos realmente dela ou não, fazendo com que passemos grande parte do tempo apenas no escuro. Acrescento apenas que, apesar disto, conseguimos ver minimamente bem o espaço no escuro - não tanto ao longe, mas conforme nos vamos aproximando vamos vendo o espaço em que nos encontramos de forma um pouco mais clara do que quando estávamos a uns passos de lá chegar. Mas esta visibilidade depende muito de outra dinâmica do jogo: a vida e a sanidade da personagem.

 

A vida perde-se quando existe algum tipo de ferimento; já a sanidade perde-se quando a personagem principal assiste a algum tipo de acontecimento sobrenatural - sejam portas a abrir sozinhas, locais em derrocada ou o derradeiro encontro com um monstro. Sim, porque como não poderia faltar a um jogo de terror, o castelo está repleto de monstros estranhos (brutes) que parecem apenas ter fome de carne humana. Confesso que acho os brutes personagens um pouco caricaturizadas quando olho para eles de forma isolada; não os consigo levar a sério. Mas dentro do jogo e tudo o que ele implica, acho que funciona muito bem. The Dark Descent é um survival horror e o objectivo não passa por matarmos os brutes, mas sim por fugirmos deles e escondermo-nos até que desapareçam (pelo menos, no momento).

 

Outro aspecto a apontar sobre o terror neste jogo é que nos dá uma sensação muito bem conseguida de paranóia e perseguição. Eu levei HORAS a encontrar um monstro pelo castelo, o que não quer dizer que não tenha passado essas horas inteiras com medo de finalmente encontrar um. A verdade é que não sabemos o que vamos encontrar ao virar da esquina - alguns encounters com os brutes são fixos no jogo, mas outros são totalmente aleatórios; ou seja, se um brute vos matar num ponto do jogo, ao voltarem à vida naquele ponto já não o apanham outra vez. O que não quer dizer que não o possam apanhar na porta a seguir, ou então não, porque lá está - é aleatório. E acho que o jogo também brinca muito bem com o nosso medo em si; ao fazer-nos passar aquilo que parece demasiado tempo sem encontrar nenhum brute, torna-nos cada vez mais suspeitosos de ainda não termos sido apanhados, e consequentemente com cada vez mais receio de quando iremos ser. Para além disso, há certas sequências do jogo onde somos seguidos por algo... E essas são excelentes a gerar intensidade no jogo e a dar aquela sensação agoniante de "só quero sair daqui".

 

Este jogo funciona à base de puzzles que temos de desvendar para acedermos a novos espaços e/ou a nova informação sobre a história principal. Não nos dá nenhum mapa do local - faz parte do jogo a sensação de andarmos perdidos, às voltas, num local que parece um enorme, gigante labirinto. Mas esta mecânica também tem os seus pontos negativos. É que pode acontecer de por vezes não sabermos o que é para fazer a seguir e andarmos às voltas no mesmo local vezes sem conta sem conseguir avançar. Isto torna-se cansativo e começa a retirar um pouco a experiência de terror que o jogo tem, porque em certo ponto começa a "aborrecer" o jogador. E acho que isso é algo que não deve nunca acontecer num jogo de terror.

 

Choir: dos sítios mais escuros e labirínticos que encontrei. Esta imagem está retocada, não consigo encontrar imagens originais (provavelmente por não se ver mesmo nada de nada!). Daqui.

 

Também achei a história um pouco confusa neste formato de diários e flashbacks, achei que tinha sido talvez mais por distracção minha do que por culpa do jogo, mas quando fui pesquisar mais sobre a história para compreender o que tinha acabado de jogar, percebi que muitas pessoas também a tinham achado um pouco confusa. No entanto, acho que a história em si é um pouco assustadora e revela-nos elementos um pouco chocantes, de tão desumanos. Acrescento também que o jogo tem finais diferentes.

 

Apesar de tudo isto, foi uma experiência que gostei bastante e acho que este jogo vale muito a pena. É um terror básico? Sim, é, mas também é em alguns desses elementos básicos que reside precisamente a sua força. Os jogos Amnesia são dos mais conhecidos dentro deste género e este é considerado um dos melhores jogos de terror. Para além disso, não é um jogo muito longo, pelo que se consegue terminar nuns dias. Quanto a mim, valeu a pena a experiência e vou querer terminar a trilogia - eventualmente, quando voltar a sentir coragem para tal...

 

4.JPG

 

Que me dizem deste jogo? Há coragem por esses lados para o jogar? Não posso dizer para irem sem medo, que é um pouco difícil... Mas avancem com medo e com a força toda!

 

05
Set21

JOGOS: The Witcher

Vera

Não sei se alguém que me siga tem grande interesse em jogos, mas não só é uma coisa que gosto de fazer, como nos últimos tempos tem sido uma das poucas formas de passar o tempo e me manter ocupada e sem pensar no que não devo. Por isso, venho aqui falar do jogo que terminei mais recentemente.

 

Permitam-me só um aparte em que, na verdade, eu acredito que qualquer pessoa pode gostar e interessar-se por jogos, se encontrar o jogo certo (e a forma certa de jogar também). Passei anos sem jogar grande coisa depois de ter embirrado com o Skyrim (muito antes de ter decidido voltar a jogar e tê-lo terminado), mas está quase a fazer um ano que encontrei o meu lugar no mundo dos jogos - percebi e vou percebendo com o tempo o tipo de jogos que gosto, a minha forma preferida de jogar, como sou enquanto gamer e aquilo em que sou melhor e pior.

 

imagem_2021-09-05_192312.png

 

Mas passemos então ao jogo que me tem feito companhia nos últimos três meses (isto porque não jogo regularmente e vou tendo fases mais activas e outras menos): The Witcher. Este é o primeiro jogo numa série de três jogos - até ao momento -, baseado na série de livros do escritor polaco Andrzej Sapkowski. Também já existe uma série de televisão com o mesmo nome. The Witcher conta a história de Geralt de Rívia, um bruxo com incríveis poderes sobrenaturais que se depara com um incidente que não só determina o resto da história, como lhe retira a memória de tudo o que aconteceu antes desse momento. Assim, seguimos o jogo não só com a missão de tratar desse incidente, como também de tentar descobrir quem é o Geralt e o que o define - e para isso estamos cá nós, os jogadores, já que a identidade de Geralt é revelada ao longo do tempo com base em certas escolhas que fazemos. Para além disso, existem outras missões e histórias secundárias - algumas pequenas, e outras tão grandes quanto o momento inicial.

 

Sim, é verdade: The Witcher é daqueles jogos que nos mostram que todas as nossas acções e escolhas têm consequências, com cada escolha revelando um resultado diferente que pode ter muito ou pouco impacto na história e no seu seguimento.

 

Este é um jogo que se joga maioritariamente com o rato, algo que estranhei bastante inicialmente. Prefiro jogar com comando mas este não é compatível com comando (o segundo e o terceiro já são) e, esperando ter de sacrificar a minha paciência com a minha péssima habilidade no teclado, deparo-me com um jogo muito baseado no rato. O teclado é utilizado maioritariamente para fazer a personagem andar e para atalhos relativos às armas, signs (poderes utilizados pelo Geralt) e afins. O combate em si é feito com o rato e tendo por base um timing muito específico no qual temos de clicar; como disse, ao início estranhei imenso este tipo de jogabilidade, mas acabei por me habituar e acabei por gostar bastante. Na verdade, sinto que até tornou o jogo um pouco mais fácil para mim e retirei maior prazer de o jogar - nunca deixando ainda assim de me apresentar desafios em que acabei por morrer na mesma e acabou por não ser assim tão fácil.

 

Não sei se foi por culpa minha ou não, mas achei a história um pouco confusa e isso acabou por me dificultar bastante quando tinha de fazer escolhas que aparentavam ser cruciais no seguimento do enredo. Acabei por muitas vezes ter de pedir ajuda e esclarecimentos sobre a história para perceber melhor que decisões devia tomar, porque efectivamente senti-me perdida na história muitas vezes. Não vos sei dizer se foi por distracção minha ou esquecimento ou não, sinceramente. Só sei que me vi ainda umas quantas vezes sem perceber nada do que se estava a passar.

 

O jogo é um pouco lento no início e eu ainda me irritei algumas vezes com ele no começo, sentindo até vontade de desistir logo por não estar nada habituada à dinâmica. Mas fui-me habituando, a personagem foi fortalecendo conforme ganhava pontos no jogo e a história também foi ficando mais envolvente e interessante, pelo que acabei a gostar imenso do jogo. Ah, uma coisa que me esqueci de referir: a história desenrola-se ao longo de cinco capítulos, precedidos de um prólogo e seguidos de um epílogo. Se são daquelas pessoas que gostam de completar tudo nos jogos, tenham a certeza de que fazem todas as missões secundárias antes de passarem de capítulo, uma vez que há diversas mudanças de locais de uns capítulos para outros e deixa de ser possível fazer as missões de capítulos anteriores.

 

Em termos de críticas, achei alguns dos principais vilões fracos enquanto conceito (spoiler ou não, conforme o que entenderem: um deles passa o jogo inteiro a fugir do Geralt e a pôr outras pessoas ou criaturas a lutarem por ele). Para além disso - e é uma coisa que já notei também nos jogos que se seguem na série -, é um jogo que pessoalmente noto que foi claramente feito para homens heterossexuais... Com muita nudez feminina, inclusivamente explícita, para além de permitir que a personagem tenha relações sexuais (implícitas) com várias mulheres do jogo meio só porque sim. Isso incomodou-me, mas eventualmente acabou por se tornar numa parte mínima do jogo. No entanto, se pudesse tirar esses elementos do jogo, tirava com todo o gosto, porque acho desnecessário.

 

Em suma, acabei a gostar bastante deste jogo, a história, apesar de confusa, acabou por se tornar interessante, e não confirmo nem desminto que estou com uma enorme vontade de seguir já para o segundo (The Witcher 2: Assassins of Kings), apesar de ter prometido a mim mesma que ia tentar completar o Skyrim (sim, apesar das 5 mil horas que isso vai demorar).

 

Existe alguém por aqui que gosta de jogar? Alguém que já tenha jogado The Witcher? Eu adoro este tipo de jogos! E já agora, parabéns a quem chegou ao fim deste post longuíssimo.

02
Dez20

JOGOS: The Elder Scrolls V: Skyrim

Vera

Sim, eu sei. É engraçado dizer que vou falar de filmes, séries e livros num blog e depois o primeiro post "a sério" ser sobre um jogo. Sinceramente, nunca pensei que alguma vez fosse falar de jogos num blog. Mas aqui estou eu.

 

O Skyrim é um dos meus jogos preferidos de sempre, mas tenho uma relação um bocado atribulada com ele. Passo a explicar: comecei a jogá-lo há anos e gostei bastante. Até que comecei a chegar sempre a partes que não conseguia passar por nada deste mundo, comecei a cansar-me de falhar constantemente cada vez que tentava jogar e, por fim, desisti de vez. Isso, aliado ao facto de eu não gostar muito de jogar com rato e teclado, fez com que ficasse não só com neura do Skyrim como de jogos no geral, porque sentia que nunca ia conseguir jogar nada mais "sério".

 

As soluções foram duas: comprar um comando para o computador e meter no nível fácil (como é que em anos e anos que joguei nunca me lembrei desta do nível?!). Sem vergonhas, que sou uma jogadora fraquita mas pelo menos assim jogo! Esta foi a receita que fez renascer não só um pequeno vício como o grande amor que tinha pelo jogo.

 

Skyrim é o nome dado à região onde o jogo ocorre, sendo um jogo de mundo aberto, cheio de locais e missões para explorar. Eu resolvi, desta vez, seguir e fazer a missão principal. A história é muito interessante: dragões que estavam mortos há anos estão a voltar à vida e só eu os posso matar. Contava-vos muito mais que isto, se não fossem spoilers. É o que me tem cativado mais, porque é um jogo cheio de história, mas não só: cheio de cenários lindíssimos, de cortar a respiração; cheio de mitologia e simbologia; cheio de criaturas peculiares (odiamos todas elas, mas a imaginação para as criar é espantosa).

 

Por ser mundo aberto, é um jogo que não tem propriamente fim nem é linear, pode-se fazer nele aquilo que bem apetecer. Podem nem fazer missões nenhumas e seguir uma vida tradicional: arranjar um animal, casar, adoptar crianças.

 

É um jogo de fantasia mas cada vez mais o sinto como um jogo de terror. Não é que o seja ou que seja esse o propósito, de todo, mas quanto mais avanço mais me assusta. Acho-o tão imersivo que a mistura dos cenários com os sons de fundo criam a ambiência perfeita para me deixar um bocadinho susceptível a sustos (e é sempre nestas alturas que o meu gato escolhe andar a correr pela casa a fazer barulhos que me fazem saltar, o que é maravilhoso).

 

Dá-nos a possibilidade de escolher a classe da nossa personagem de entre várias existentes e podemos desenvolver um monte de competências: desde magia a armas (arco e flecha, espadas, o que bem vos apetecer), passando por sneaking, sendo que quanto mais as desenvolvemos, mais possibilidades temos de aumentar o nível de aspectos que também são importantes para o jogo, como a vida ou a stamina, por exemplo.

 

Há tanto para dizer sobre este jogo que acho que nunca mais sairia daqui, e acho que não lhe fiz jus nenhum. Mas a quem tiver o mínimo de interesse, aconselho a pesquisarem um pouco. Experimentem jogar e maravilhem-se tanto quanto eu (e não se esqueçam de pôr no nível fácil, se for preciso). Se isto não for suficiente, deixo-vos com imagens - que não são minhas - do jogo, para ver se vos aguça a vontade:

 

 

E se isto não chega, também tem dos melhores soundtracks que já ouvi na vida, ora comecem lá por aqui. Já vos convenci?

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29 ∷ Miúda do interior com alma de lisboeta ∷ Digital marketeer ∷ Overthinker a tempo inteiro ∷ Sempre a saltar de livros para séries para jogos nas horas vagas

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