2023 já pode acabar
Eu sei, ainda há uma semana estava a falar dos melhores momentos de 2022 e como foi um bom ano. E foi. E se calhar era boa ideia voltar atrás no tempo porque, passada a primeira semana, 2023 não me está a tratar nada bem. Nada.
Há muito tempo que não fazia uma publicação pessoal (tirando efectivamente a reflexão de 2022) mas sinto que depois de uma semana tão desastrosa tinha de vir desabafar sobre isto para algum lado.
Ora, quem é que fez parte do grupo de pessoas que começaram a ficar doentes depois do Natal? Eu mesma, sim. Acontece que comecei a tomar Ilvico assim que o ataque começou e passei os dias bem. Até bem demais, para o que costuma ser a minha experiência (o que se comprovou, mas já chegamos a essa parte). Parecia uma mera constipação. Começou a passar e nada de maior tinha acontecido então fui deixando de tomar.
Passamos à passagem de ano onde não era só eu a recuperar de uma constipação (ou gripe? Na altura nem sabia) mas onde, um a um, cada pessoa foi começando a piorar outra vez. E claro, chegou a minha vez. Ora, o primeiro dia "a sério" foi para valer: o meu primeiro dia de volta ao trabalho depois de um fim de semana prolongado, mas com a garganta mais seca que palha de aço e a doer imenso. Fosse esse o único problema. Antes mesmo de tomar o pequeno-almoço, sem absolutamente nada no estômago, vomitei (e até ter vomitado parecia que ia desmaiar, e estava sozinha em casa, então só essa experiência por si só foi bastante agradável). Comecei a sentir-me enjoada a meio do pequeno-almoço (nem o terminei) e só pensar em comida me dava náuseas.
Claro que não consegui comer nada de jeito naquele dia: estava fraca, porque pouco tinha comido; não conseguia comer porque me sentia enjoada e o chá que tentei beber, metade foi para fora também. E depois veio a febre, ligeiramente mais alta do que costumo ter e sem poder tomar paracetamol, de estômago vazio e a rejeitar comida. Eventualmente lá consegui ir bebendo o resto do chá, ir comendo, e lá consegui tomar comprimido ao fim do dia. Esses sintomas pararam por aí. Ah, e acabei por não trabalhar, não conseguia de todo. Outro ponto importante: fiz um auto-teste de covid, que deu negativo.
Foram-se passando os dias comigo a não me sentir pior, mas a não me sentir melhor também: já não tinha febre mas sentia-me febril (isto faz sentido?), a congestão nasal não melhorava e a garganta também não. Saltamos então para o dia de ontem em que começo a ficar com o ouvido entupido e a doer-me às vezes e depois começo a ficar com conjuntivite num olho. Porque era só mesmo isso que me faltava. Também perdi por completo o paladar, a comida não me sabe a nada. Passei a noite com o ouvido a deitar secreções e o olho também.
Nesta manhã fiquei mil anos a contemplar se esperava, se ligava para a saúde 24, se ia às urgências, se ia à farmácia. Só queria ser vista por um médico e que me receitassem algo para tudo isto terminar porque, feitas as contas, estou doente há semana e meia e estou desde 3ª feira sem melhorar. Não achei normal. Também não achei que fosse covid, não só porque o teste deu negativo, mas também porque respondia bem ao paracetamol (a febre passou e não voltou mais sequer) e ao Ilvico (que ainda tomei antes de ontem e que efectivamente ajudou com a congestão nasal, mas só enquanto fez efeito). Mas, ainda traumatizada desta pandemia, fiquei com medo de ir às urgências e ser julgada, que pensassem que devia ter ficado em casa porque podia ser covid, ou o que fosse... Decidi ir à farmácia primeiro.
Então lá entrei eu no meu carro, cheio de água por dentro há uns dois meses porque 4 dias de sol no meio de 2 meses de chuva não mo secaram e, portanto, não consigo perceber se a limpeza que fizeram na oficina ajudou a não entrar mais água ou não (isto tudo é relevante, acreditem)... Bom, como eu estava a dizer, lá entrei eu no meu carro pronta a ir à farmácia pedir algo. O meu querido bolinhas de 99, paz à sua alma, não arrancava. Não arrancava, não arrancava, não arrancou. Tive de ligar ao meu namorado para me ir buscar e para me levar à farmácia.
Provavelmente a única coisa boa no dia e na semana: chegada à farmácia, apanhei uma moça muito simpática e atenciosa que me disse que era melhor ir ao médico porque se o ouvido já estava a deitar secreções não havia nada a fazer sem antibiótico. Até me explicou porquê, disse que o centro de saúde tinha consultas até às 13h e para tentar ir lá. E tentámos, mas estava fechado. Então acabei nas urgências do hospital, por quase 2h, onde finalmente fui vista por um médico e onde finalmente me receitaram medicação e onde de facto verificaram que o meu ouvido está completamente inflamado (nota para mim e para todos vocês: não tentem forçar a assoar quando estão com gripe. Os vossos ouvidos vão sofrer). E depois de voltar à farmácia para comprar tudo (onde fui atendida por outra rapariga mas a anterior lembrou-se de mim e foi ver como tinha ficado tudo - porque super atenciosa mesmo) lá voltei a casa com esperança que o meu corpo melhore.
Mas sabendo que continua para ali estacionado agora um carro que nem pega. Sabendo que estou farta de gastar dinheiro com ele ultimamente e que começa a tornar-se necessário comprar outro: não só por dar constantemente problemas, mas pelos que tem agora. A água lá dentro que me afecta sempre que conduzo, porque tenho de ter o ar ligado no máximo (e só tem ar frio) e a janela toda aberta (com um gelo lá fora) para ir desaparecendo a humidade no vidro, do qual não vejo quase nada porque está cheio de água até mais ou menos 5 minutos depois de começar a conduzir. Ou seja, conduzir em pleno Inverno (e plena gripe) com todo o frio do mundo a cair-me na cara e sem conseguir ver um palmo à frente. A mesma água lá dentro que, quanto mais tempo não é limpa e seca, mais me apodrece o chassi do carro. O botão de faróis de nevoeiro que não funciona e, por isso, não consigo utilizá-los (supostamente iam ligar-me com orçamento para isto, mas esqueceram-se). E agora não pega, apesar de ter trocado a bateria num passado recente. E no ano passado gastei perto de 600€ com o carro. Parece que vou cada vez mais à oficina mês sim, mês sim, e nada disto compensa.
No entanto não estou propriamente abundada de dinheiro para conseguir comprar um "novo" (usado) e isso está a custar-me. Porque vou ter de começar a contar trocos. E agora com mais urgência, naquele dilema de "vale a pena rebocá-lo à oficina para arranjar ou compro outro?". Não sei.
Peço desculpa pela publicação longa e desviada dos temas deste blog. Precisava de desabafar, de facto. Porque estou a começar o ano de excelente forma. Ou isto é um presságio do horror que ainda aí vem em 2023 ou daqui só pode ser sempre a subir. Espero que seja o segundo.